domingo, 28 de julho de 2013

Começar a recolher, todas as manhãs, as primeiras gotas de orvalho...Calem-se, calem-se, é o que me apetece dizer.

Calem-se. Calem-se. Não posso mesmo ouvir mais. Os heróis, na vida como na guerra, estão dos dois lados do campo de bata­lha. Há heróis mor­tos e heróis vivos. Nem por­que mor­re­ram nem por­que sobre­vi­ve­ram. Mas pela dig­ni­dade com que vivem e com que morreram.
A loucura bate-me à porta sem aviso prévio. Entra, senta-se na cadeira à minha frente, nada de licenças, tudo muito certo, encaro-a como quem encara uma visão mais lúcida do que o céu azul que nos cobre a existência. Olha-me com olhos de gente e escuta-me com gigantes ouvidos antropomórficos. Pede-me que a ajude a compreender-se, vejam só, ele há com cada uma. São pedidos estranhos, mais insanos do que a própria loucura. Disponibilizo o que sei, francamente pouco, eternamente pouco, e tento dizer-lhe de que cor é o fato que retalha em lugar nenhum que exista do lado de fora de si. Bem vistas as coisas brandos esquizofrénicos somos todos, numa realidade paralela e reduzida à capacidade ideada e supostamente salutar. Ora, lembrem-se do castelo, aposto que todos moraram no castelo. Agora imaginemo-nos presos e estaremos quase lá (?).  Calem-se, calem-se, é o que me apetece dizer...