quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Momento Shiuuuu...(conhecer as manhas e as manhãs).

Como país, somos infelizes. E não é "graças a Deus". É porque, tão ovelhinhas (brancas) que somos, "eles" já perceberam que podem fazer e dizer tudo o que entenderem...

Não quero entregar-me ao culto do monocórdico nem ao charme da melancolia, parece-me sempre um construto enfadado e sem graça que se arquiteta em torno de plumas pretas, traços carregados nas pálpebras, pérolas sisudas e caras de poucos amigos, quase impenetráveis.
Mas gosto de poesia, para que não haja confusão. A poesia é a confidência de um estado de alma que traduz em palavras belas alegrias e tristezas, desgostos e ambições, amores e desamores, ódios ou paixões. Veste-se assim por graça, por pura harmonia de palavras, mas não é gente. Prefiro o jazz ao fado, e dançar folclore é para mim uma perdição. Preciso da alegria do povo, dos aglomerados em torno de uma banda qualquer, de um mar revolto. É claro que há olhos críticos pela simplicidade.  Mas atenção!...em caso de necessidade consigo quase tudo: elevo-me nuns saltos altos vinte e quatro horas sem me cansar, respiro ar sem que se veja, mantenho a rigidez do olhar, caminho direita sem acusar reações e solto palavras frias, no limiar da educação. Mas não gosto lá muito quando isto tudo é preciso. Nada é mais fatigante do que uma permanente construção.

(E cansada já eu ando que chegue.)

Que entre Paco de Lúcia 

... "Entre Dos Aguas" ... Inesquecível... e ... Incomparável... a alma nos dedos, o coração nos acordes, o sentir no ouvido e a boca nas cordas... 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Já me tinha apercebido disso: as inteligências pequenas discutem "pessoas"....

"As inteligências grandes discutem ideias, as inteligências médias discutem acontecimentos, as inteligências pequenas discutem pessoas."
O Congresso do PSD  foi a mais recente prova do completo divórcio existente entre as elites partidárias e a realidade do País.
Com Portugal mergulhado numa crise profunda, a nível económico, social, psicológico, qual foi a prioridade do líder do partido e atual primeiro-ministro?
Procurar reabilitar Miguel Relvas, o guru de Passos Coelho...
Depois de ter sido o responsável pela ascensão de Pedro Passos Coelho dentro do partido, será Miguel Relvas também o responsável pela queda do líder que construiu?
Pelo que se tem visto por cá, a amargura não leva ao desespero. Apesar de ressentidos e amargurados, os portugueses vão apoiando o que se está a passar. Não me admira que amanhã tenhamos de novo o senhor Relvas como ministro e relegitimado pelo voto popular.
Ando encantada com esta gente da Porta dos Fundos. E ouvir o Marinho Pinto, no Prós e Contras, a dizer que não sabe o que significa LOL. E quer ele ir para deputado europeu. Está bem, está.
A " Biblia"? Cada um promove-se como pode e sabe...

Será que um dia destes ainda me vou convencer que este povo é um povo masoquista? 
http://en.wikipedia.org/wiki/LOL

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O nome das coisas: mais pancada.(Toca a emigrar, novos, velhos ...gente).

 Quando ouvimos a frase «vai emigrar» parece tão simples quão pequenina é, a frase. Vai emigrar nos dias de hoje interpreta-se como ou «vai fazer-te à vida», ou «desampara-me a loja». Não, não são de conotação fácil. Ambas são de uma frieza atroz. Aliás, a frase tão pequenina, de pequenina, não tem nada. Porque ela abrange tanto ou mais que se pode alcançar. É impetuosa. É dissimulada. É poderosa. E o nosso (des)governo diverte-se a anunciar mais "pancada",(mais emigrar)...
 Oh! clube de oportunistas, troca-tintas, mercenários, rameiras, intriguistas, badalhocas e flausinas - tudo em sentido figurado, claro, que eu cá sou muito dada à metáfora.
Neste País das pedras que brilham pelo efeito da"pancada" olha-se para o seu brilho polido pelo selvático esfreganço e conclui-se que, se os calhaus inertes brilham, estão melhores.
Quanto ao resto, pouco importa. Se os humanos não brilham como as pedras é porque ainda não penaram tanto quanto deviam...
Com a medida com que medires serás medido.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

O meu part time: grilo falante .( O pai das Bestas)...


Uma confusão, um País secular transformado numa vergonha internacional e um povo triste, amargurado e pobre.
A inteligência é um luxo...só para alguns! 


"O País está melhor!"
Meu Grandessíssimo pai das BESTAS!!!...

"Vida das pessoas não está melhor, mas a do país está muito melhor!"

Minha grandessíssima BESTA!


As pessoas de quem eu gosto, pode passar-se meia vida que me ouçam exprimi-lo. Não sinto necessidade de o fazer. Se o percebem por palavras, gestos e omissões, felizes da vida eu e elas. Agora de quem não gosto, oh, deuses, cantem os anjos caídos toda a glória das trevas, não tardo em dizer. É uma urgência que me cresce.Quando eu não gosto, ah, como eu não gosto.

Da nitidez e do cuidado...(fragmentos)


Cada um a sua sorte, a sua calçada...
Do supermercado vê-se o mundo. Creio que não será preciso ir mais longe nem subir a mais altura. Vê-se bem dali, como uma larga alegoria em que uns e outros estão representados. Cada vez mais uns do que outros.
Asa, laço, o fio da meada no fio da navalha...

Como cuidam das pessoas, os nossos queridos governantes:
 "A vida das pessoas não está melhor, mas o país está muito melhor"(Luís Montenegro).
Cuidado exige uma festa na cara, a mais pessoal das nossas partes, ou um afago na cabeça. Respira de palavras de afeto, que vive ao lado dele (do cuidado). Envolve uma preocupação desmedida, não é dado a moderações. Embrulha-se de vontade de zelo, de sentires para dar, de olhos que podem nem ver-se, estão cá dentro, implantados na presença de espírito.
(Infelizmente as flores são limitadas. À minha mercê ficam muitas vezes dadas à sorte e a regas alheias que se concedam a comparecer. E secam em escadinha, as infelizes, sem palavras de atenção, nem escritas nem faladas).
Nem sempre assim sucede...

 É claro que o cuidado externo é a vida, mas o nosso connosco também nos pode valer. E fazer viver.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Das coisas que eu nunca hei-de entender...


Porque os ditados populares raramente me desapontam...
Quem muito se contém, algum dia explode. A verdade gera o ódio.

 "Devemos tomar a ocasião pelos cabelos"....
Já sabemos que este governo é bipolar, tem períodos de depressão e períodos de mania ... no caso concreto o período de mania normalmente coincide quando eleições se aproximam.
Um país miserável que não respeita os seus artistas, que despreza os mais velhos, os mais novos, é o que é este país. Um país que escolhe tudo o que é pimbalhice, porcaria, e desconhecem ou desprezam quem dedica a vida à defesa do que considera ser a integridade da arte.
Espectáculos todos os fins de semana por esse país fora e é só indigência, ordinarice, bailarinas reboludas, cantigas com letras brejeiras, lixo. E os canais todos a promoverem isso. Um avacalhamento que envergonha qualquer um que tenha um pingo de decência. Artistas com um mínimo de qualidade: zero.

"Minha laranja amarga e doce
Meu poema feito de gomos de saudade
Minha pena pesada e leve
Secreta e pura
Minha passagem para o breve
Breve instante da loucura
Minha ousadia, meu galope, minha rédia,
Meu potro doido, minha chama,
Minha réstia de luz intensa, de voz aberta
Minha denúncia do que pensa
Do que sente a gente certa"

"morri de tristeza, não cuidaram de mim".

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Há lá tortura pior do que os comentaristas deste País!...


Ter avós religiosas mas com muitíssima cabeça alimentou a minha mania de colecionar curiosidades e ensinou-me um par de coisas. Quem não teve uma avó católica à moda antiga não sabe o que perde.
E por causa disso, um dos exercícios que faço diariamente (para além do bom e velho exame de consciência antes de deitar) é o exercício da humildade, da resignação, porque Deus Nosso Senhor é que sabe e não nos dá nenhuma Cruz que não sejamos capazes de carregar. Outra parte desse exercício é a velha noção de oferecer os nossos sofrimentos em remissão dos nossos pecados (mesmo que não nos lembremos, havemos de ter alguns...eu sei que ao longo do dia, ainda que sem querer, faço uma data de asneiras) ou pelos pecados de todos, ou para proveito das almas.
Mas tudo isso tem limites. E há situações que têm o condão de me tirar do sério, que me cansam e não vão lá nem com reza mansa, nem com reza brava, nem com dar a outra face, nem à bofetada, nem com o exercício da resignação.
Falo dos comentaristas deste País!
Deambulam por aí...gente que sabe tudo , que palpita sobre tudo, explicativos, impositivos, pedantes e petulantes, sinistros e ex-ministros...
E  não encontro nas minhas memórias "mésinha" para estes"artistas"!...


domingo, 16 de fevereiro de 2014

Um Inverno que nos aprisiona as horas...


Há sempre um sentimento de perda quando pronuncio as palavras. Mas as palavras são como os pássaros, se ficarem presas por muito tempo, entristecem e morrem.

São negros os tempos. Esta sensação parece ter-se pegado aos dias e não os larga, contaminando tudo, alastrando no centro da vida, instalando-se nos sítios mais inimagináveis. Não se trata da crise. É muito mais do que isso A muralha abriu rombos e os diques cederam...e a Primavera não acontece!
Mais um dia ...
...o Inverno que não passa mas há sobretudo cansaço como dizia o poeta e diz e nós sabemos e sentimos. Enfim mais um apontamento intimista . Para mim o Inverno é-me difícil . O Inverno quer dizer Janeiro e Fevereiro , entrando em Março aguento-me bem .
Em Janeiro e Fevereiro , fico-me pelas vistas do sofá avisto a televisão e depois avisto os desertos e as viagens que queria fazer e depois queria avistar a Primavera e outras cores no céu, talvez porque as cores cá dentro também fossem outras.
Isto são coisas de quem nada tem para fazer de interessante porque não pode, mas vai poder. Acabe assim o Inverno e o resto que nos aprisiona as horas...

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Tudo isto existe e é, na realidade, triste...


O que me faz encarquilhar os dedos é o atrevimento, o novo riquismo, o miserabilismo, a pretensão, o descaramento, o mau gosto, a ausência de refinamento e de simplicidade, todos os atentados à modéstia (da falsa modéstia ao despudor completo) , a carneirada. Para isso não tenho pachorra. Dou o desconto, que eu tenho os meus defeitos e faço bastantes exames de consciência para tentar dominá-los. Mas perante tais espécimes, caio facilmente em Ira e Soberba. Ninguém é santo.
(A honestidade não nos dá o direito a dizer toda a verdade. Nem sempre a linearidade é a solução, convenhamos: todos sabemos que não é possível viver sem compartimentos de ilusão)...

Dizer por aqui o que muitos  sabem, já nem me apetece. Apenas enviar umas retorcidas que de alguma maneira me aliviam...

-Que o governo olha para os desempregados entre os 45 e os 65, como calaceiros inúteis que não querem trabalhar.
-Cidadão com mais de 65 é visto por este governo como um chulo que vive à conta do Estado.
Os jovens ainda podem emigrar, tornar-se empreendedores, aproveitar os fundos comunitários, etc , etc , etc...o que também é triste,  o que também é fado!!!
E é isto...
"Se tens um coração de ferro, bom proveito. 
O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia".
(José Saramago)
Vincent van Gogh

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Universos...


Eu cá gosto muito de cangalhadas, e é uma das minhas carreiras desperdiçadas. Até gostaria de acreditar em universos paralelos, para pensar que "esta aqui" seria, num deles, designer. E noutro, escultora. E noutro, trolha. E noutro atriz. Não sei bem porquê?... Atriz como Meryl Streep, por exemplo, que nunca se impôs por nada para além da sua graça natural, enorme talento e sensível afetividade . Paramos aqui, que não há universos que me cheguem...


Há outros excessos que me incomodam bem mais, como o do amor próprio, por exemplo, esse sim capaz de me causar uma ânsia estomacal considerável.

 Ah! Fiquei muito emocionada ao saber que Maria João Avilez entrevistou Vítor Gaspar e dessa entrevista resolveu fazer um registo que fique para lá do simples papel de jornal, não vá a prosa acabar a embrulhar meia dúzia de castanhas.
Vítor Gaspar é a anedota do fulano que cai do 25.º andar e, à medida que durante a queda vai passando pelas janelas dos andares de baixo, os vizinhos vão-lhe gritando "até agora tudo bem!". De erro em erro até ao fracasso total...
 Sobre os erros: "Um fracasso é pior do que um erro." (p 210 , in Dinheiro Vivo).
Ora vai daí, porque gosto muito de traquitanas várias...
Mário Dionísio 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Volta Primavera!...ou as maleitas da "Polegarzinha".


Por estes dias, o Facebook - esse mal necessário da vida - decidiu comemorar o seu aniversário oferecendo aos utilizadores a possibilidade de criar automaticamente um videozinho . O mais giro foi ver que as postagens mais populares de algumas pessoas tinham erros ortográficos, no melhor modo "teu passado te condena". Eu não resisti a espreitar o meu, para não dizerem que falo sem saber. Arrepiei-me toda no mau sentido e não o partilhei com ninguém - porque havia a opção de não divulgar a obra prima...
E como está um dia frio, de gelo, apetece-me a Primavera...e mudar de assunto!
Oficialmente ainda faltam uns largos dias. Mas a marota andará por aí, bonita como sempre; já mandou preparar o seu camarim e quarto de hotel para a grande estreia. É florzinhas, passarinhos, folhinhas e outras coisas fofinhas; é o amor que anda no ar, a dar volta à cabeça das pessoas com menos juízo; é uma temperatura parva de todo que uma pessoa não sabe o que há-de vestir.
Este blog podia chamar-se "Polegarzinha", já que as urticárias me aborrecem por tudo e mais alguma coisa e viajar no tempo faz as minhas delícias...e gosto de "maias", pronto!...

 Podíamos saltar diretamente para o Verão. Ou levar a corte para a Irlanda, que é linda de morrer nesta altura do ano e tem chuva a rodos para lavar o ar. 
Edvard Munch

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Efeitos "Stephanie"...

 A ira dos céus estará em correspondência com a raiva na Terra?...
ética, a honra e os valores andam em agonia...
No espaço de umas semanas em que não pára de chover nem por ordem do Padre Cura, os disparates parecem chover com a mesma intensidade neste nosso querido, pelintra ...País.
A desculpa perfeita, efeitos "Stephanie"...
Irrita-me a certeza dos lados em confronto. Esta gente nunca tem dúvidas?
Na verdade há silêncios que são de ouro, outros não!...
Mas os silêncios não resolvem muitas coisas, não resolvem tudo. Há silêncios que não podem viver para sempre. Têm de ser quebrados, têm de ser ganhar voz. Também o sabemos, devíamos saber.
Não estaria muito bem calado, o representante das multinacionais da caridade o senhor Cardeal Patriarca de Lisboa , por exemplo???...

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Soltar longos...not like!!!

Um acerto com o meu "património pessoal"...
Cheguei à conclusão de que há uma idade na vida em que temos de ter" algumas" certezas.
Enfim ,cresce -me uma grande energia pelo final da tarde, 
mesmo quando chove assim e me posso dar ao sonho de um Inverno para sempre.
De um modo geral. Não gosto de pessoas a rebentar de orgulho, não gosto de pessoas insensíveis, não gosto de pessoas cheias de certezas inabaláveis, não gosto de pessoas manipuladoras, não gosto de pessoas que se penduram nos outros, não gosto de pessoas que se queixam mas não agem, não gosto de pessoas superficiais, não gosto de pessoas essencialmente medrosas, não gosto de pessoas que falam sempre baixinho, não gosto de pessoas que gritam e falam aos berros,  não gosto de pessoas dependentes, não gosto de pessoas elitistas e snobs, não gosto de pessoas toscas e ignorantes, não gosto de pessoas sem alma, não gosto de pessoas que não me aquecem ou, o mesmo, não gosto de pessoas que me arrefecem. Pode, ao ler-se, pensar-se que não gosto de ninguém, nada mais falso.



Kasimir Malevich

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Não há pontes nem atalhos que me corrijam os princípios...

A minha existência é cada vez e mais profundamente banal. Para grande pena minha. Parece-me que sou incapaz de um ato maior...
Tenho andado a ter uma existência banal. A tentar insultar com menos agressividade ...
A maioria das vezes, as pessoas apenas se interessam pelas nossas opiniões na estrita medida em que estas venham consolidar / validar / aplaudir as suas. 

 Como até me considero razoavelmente inteligente mas não sou, de certezinha. Muito esperta, não quero nem gosto , nem para sobreviver!...
 E na vida há imensas, muitíssimas pessoas que sim, são "espertas". E são um cansaço, essas pessoas. Não desistem até que a gente diga que sim, que na véspera éramos ateus, mas agora vimos a luz. Essas pessoas acreditam muito nos números. Não raro usam a estatística para nos convencer, no infalível argumento há mais gente a pensar como eu, e pior, acreditam em painéis, também, e reúnem tais painéis...
Um cansaço, o processo. E acaba sempre igual, este medir de forças. Quer desistamos à partida - e eu desisto, cada vez mais - quer nos enfiemos na lide a ver até onde é que vai, ou porque não queremos abandonar as nossas convicções. E pronto, ensinou-me a vida, que não gostando eu de me ver encurralada, opto logo de início por me isolar. Virar costas. Afastar.
(Mário Cesariny)

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A tolerância que temos para com a idiotice...


O tempo escoa e o outro tempo, o que vejo do lado de fora das minhas vidraças, também não ajuda a tornar mais leves os estados de alma.

Sonho mesmo com um cutelo redirecionado aos idiotas!!!...

A idiotice que existe no Facebook não é pior nem mais generalizada do que a idiotice que existe nas televisões, por exemplo. Televisões que, aliás, mais do que revelarem subserviência face à idiotice, promovem a idiotice, são em grande medida responsáveis pelo tipo de sociedade idiota que temos.
A cair um raio, que caia primeiro nas TVs, onde traz mais proveito e tem bem menos probabilidades de esmagar inocentes...


Hoje está um dia magnífico de tempestade. Eu gosto de tempestades. São assim como um obstáculo que precisa de ser ultrapassado. Depois vem a calmaria, o sossego.
A espera custa e é um teste à brava mas o tempo da calmaria chegará. O sol brilhará. Se não para todos, chegará o inverno ao outro lado do hemisfério, brilhará para alguns. O que não é pouco. Sempre assim foi e sempre assim continuará a ser. Pena o desgaste e o que se perde no tempo da espera. Não é pouco.




quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

É a vida, já dizia o outro. A arte é coisa de somenos, a arte é coisa nenhuma!...

Coisa despretensiosa, como todas as outras relacionadas com a arte do escanhoar, coisa de poucas palavras para se poder ler sem perder muito tempo...

Para gente como a que nos (des)governa, a arte é coisa de somenos, a arte é coisa nenhuma. Arte como a de Miró, então, é coisa que não lhes assiste.
É já uma sensação de vergonha, de embaraço… uma leiloeira  cancela  um leilão porque não confia em nós!...

Somos demasiadamente complicados e irresponsáveis para nos levarem a sério.
Há sempre o direito que nunca se endireita, como o jurídico, mas isso já é outra estória.


Gosto muito deste quadro de Joan Miró.



terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Evolução social??? "ser humilhado é um direito"...


Dentro de um limite razoável, todos temos direitos...
... "ser humilhado é um direito".
Não sei, fico com dúvidas.
Prefiro outro tipo de gente inspiradora.
...e vai um friozinho assim, para lembrar:
Balada da neve
"Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria…
. Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…

E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração."
(Augusto Gil)

Loui Jover

Da "Arte", ou dos desvios!!!...

─ Ó mãos da minha alma,

flores abertas aos meus segredos.
(Eugénio de Andrade)


Não sei lidar com situações extremas...
Toda a gente tem von­tade de estou­rar os mio­los de vez em quando.
A gente das artes, assim por grosso, é pro­pensa a esta cha­la­dice. Vem por junto com a cri­a­ti­vi­dade. Não tem muito o que saber, a coisa está bem estu­dada: toda a cri­a­ti­vi­dade é um des­vio. Uma fuga nor­ma­tiva depois de con­quis­tada a norma. Quando se foge para muito longe, não se con­se­gue vol­tar — os génios de nas­cença são outra loiça que não é deste ser­viço. Há ainda outras vari­an­tes, por exem­plo, o pes­soal da física e da mate­má­tica quando lhe dá para o malu­quedo é, em regra, dou­tro tipo.


O Erro no Excel pôs em causa estudo que sustenta austeridade, por exemplo!!!...


Sorteio do fisco pode dar prémio de 91 mil euros por semana...

Isto anda tudo ligado, senhores!!!...

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Palavras que me sossegam... Hoje, com as palavras de Sophia de Mello Breyner.

Às vezes faltam-me as palavras. E procuro-as. E inquieto-me. Outras vezes, muitas vezes, em momentos assim, sinto-me bem quando encontro nas palavras dos outros, e em outros olhares, fulgurações do que não sei dizer, mas não consigo calar.

E isso sossega-me tanto...











































Um dia quebrarei todas as pontes
Que ligam o meu ser, vivo e total,
À agitação do mundo do irreal,
E calma subirei até às fontes.

Irei até às fontes onde mora
A plenitude, o límpido esplendor
Que me foi prometido em cada hora,
E na face incompleta do amor.

Irei beber a luz e o amanhecer,
Irei beber a voz dessa promessa
Que às vezes como um voo me atravessa,
E nela cumprirei todo o meu ser.
 
              (Sophia de Mello Breyner)

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Estes Ogres, de agora. Buiça um intelectual que acreditava na humanidade...


Diante desta minha terrível vulgaridade, há pessoas que nos roubam, há pessoas que nos devolvem...
Será anomalia, mas não lhe procuro remédio.
Chamava-se Buiça o homem que matou o rei D. Carlos naquela fatídica tarde de Fevereiro.
Tornou-se regicida por imaginar a República como o início de uma sociedade justa. Uma passagem do seu testamento, escrito 4 dias antes do regicídio, explica tudo.
"Meus filhos ficam pobrissimos; não tenho nada que lhes legar senão o meu nome e o respeito e compaixão pelos que soffrem. Peço que os eduquem nos principios da liberdade, egualdade e fraternidade que eu commungo e por causa dos quaes ficarão, porventura, orphãos".

A minha produção é repentina e nasce da raiva que algumas pessoas momentaneamente me provocam.
Sobre o Medina Carreira ocorre-me o seguinte:
Para a filha não ter problemas quando ele morrer com a sua enorme fortuna em cash e propriedades (Medina tem 3 reformas e pensões e ainda recebe muito dinheiro pois é vogal pago de muitas empresas entre elas a Fundação Oriente), pôs tudo em nome da filha e mora agora numa habitação/escritório que juridicamente é da filha. 
E fico-me por aqui...
Tantos perdem a cabeça quando entram numa livraria, excitados como se entrassem num antro de gente nua e disponível que nem se sabe se tem cérebro ou préstimo "quero todos, quero todos para mim, ai o cheiro, ai as capas!". Essa loucura indiscriminada de quem precisa de ser salvo por um livro desperta-me piedade, mas entendo quem dela sofre como entendo outros desesperos e urgências.
Eu  amo os livros depois de começarem a pertencer-me, depois de me terem satisfeito um desejo íntimo, depois de me terem aberto um trilho e deslindado um horizonte. Porque todos juntos numa estante, formam uma parede, uma sólida e compacta parede que eu sei que nenhum vento leviano atravessa ou derruba.


Estou a pensar  criar uma instituição social com objetivos assistencialistas. Não pagam IMI nem IVA e têm boas reduções no IRS. É o que está a dar empreendedores!!!