Não quero entregar-me ao culto do monocórdico nem ao charme da melancolia, parece-me sempre um construto enfadado e sem graça que se arquiteta em torno de plumas pretas, traços carregados nas pálpebras, pérolas sisudas e caras de poucos amigos, quase impenetráveis.
Mas gosto de poesia, para que não haja confusão. A poesia é a confidência de um estado de alma que traduz em palavras belas alegrias e tristezas, desgostos e ambições, amores e desamores, ódios ou paixões. Veste-se assim por graça, por pura harmonia de palavras, mas não é gente. Prefiro o jazz ao fado, e dançar folclore é para mim uma perdição. Preciso da alegria do povo, dos aglomerados em torno de uma banda qualquer, de um mar revolto. É claro que há olhos críticos pela simplicidade. Mas atenção!...em caso de necessidade consigo quase tudo: elevo-me nuns saltos altos vinte e quatro horas sem me cansar, respiro ar sem que se veja, mantenho a rigidez do olhar, caminho direita sem acusar reações e solto palavras frias, no limiar da educação. Mas não gosto lá muito quando isto tudo é preciso. Nada é mais fatigante do que uma permanente construção.
Mas gosto de poesia, para que não haja confusão. A poesia é a confidência de um estado de alma que traduz em palavras belas alegrias e tristezas, desgostos e ambições, amores e desamores, ódios ou paixões. Veste-se assim por graça, por pura harmonia de palavras, mas não é gente. Prefiro o jazz ao fado, e dançar folclore é para mim uma perdição. Preciso da alegria do povo, dos aglomerados em torno de uma banda qualquer, de um mar revolto. É claro que há olhos críticos pela simplicidade. Mas atenção!...em caso de necessidade consigo quase tudo: elevo-me nuns saltos altos vinte e quatro horas sem me cansar, respiro ar sem que se veja, mantenho a rigidez do olhar, caminho direita sem acusar reações e solto palavras frias, no limiar da educação. Mas não gosto lá muito quando isto tudo é preciso. Nada é mais fatigante do que uma permanente construção.
(E cansada já eu ando que chegue.)
Que entre Paco de Lúcia