segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Em direção a 2014...(o valor da dádiva)

É claro que os finais de calendário se propõem a análises e projetos efusivos e supostamente inovadores, pelo que todos os anos nesta altura se projetam ambições engolidas por horas assassinas que não deixam espaço para que a vida ande devagar e sempre a tempo. É claro ainda que é com boa intenção que prevemos jogadas de mestre com potenciais soluções miraculosas, objetivos pessoais e sociais, desejos retardados e um conjunto significativo de faixas atropeladas por elas mesmas, incapazes de se difundirem por falta de capacidade real, mas que jamais definham de vez: mantêm-se na vanguarda da linha de partida em direção a 2014, quando na verdade o que muda é um número, e algumas eventualidades políticas por inerentes decisões. Folheio os jornais e centro-me nas crianças, na fome e na violência, nos novos e velhos sem futuro, enquanto mergulho no chá quente com tília, não vá o sono sumir-se-me para sempre na noite, prevejo que jamais o encontraria. Não sou má por isso, é somente a concreta incapacidade para a aspirada mudança. Mas uma coisa tenho por verdade absoluta (e tenho poucas, tão poucas): descobri que cada vez mais me ligo à generosidade. Nunca tinha dado tanto valor à dádiva sem esperar nada em troca, e estou até convicta de que talvez seja esta a liberdade que faz falta ao Homem, numa utopia muito maior do que ele. Se a dita coubesse em 2014, este seria um ano enorme. Senão é continuar a tentar, que o que parece não faltar ao mundo é tempo (é a maior inveja que lhe tenho).
    

domingo, 29 de dezembro de 2013

Libertação...Vai-te embora, Ano Velho!!!

Não se agrada a gregos a troianos, é mítico. E real. Portanto, importa é que a nossa consciência não nos critique a nós mesmos... pelo menos não muito.
Porque as palavras dos outros, certas ou profundamente equivocadas, leva-as o tempo.
É a utopia da superioridade pura, enclausurada nas personalidades notáveis, construídas maioritariamente pelas mesmas, que realmente me enfada, me causa um tédio de morte...
 Queriam-se as tarefas fechadas, os assuntos arrumados e 
 a libertação deste ano velho e não pensar em mais nada . 
Que vá  andando na Paz do Senhor, já.
E ele nada.
Serão os anos como certos hóspedes? Vou ter de usar toda a minha diplomacia, e eu que a tenho guardada para situações de S.O.S porque não se pode ter tudo e não fui abençoada com quantidades massivas de tal coisa.


 (O FIM só acontece para dar lugar ao INÍCIO)


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A síndrome da chegada tardia, das coisas perdidas, do tarde demais.

Equipo-me na entrada do ano de projetos e seus apetrechos. Tento-os, claro, não sou dada a pequenas colheitas demoradas...
Há mudanças na nossa vida que nos custam a vida inteira. Que nos levam a virar tudo do avesso, a sacudir a poeira de trapos antigos, a desembrulhar ideias novas e, por fim, a dar os primeiros passos no novo caminho. Há mudanças na nossa vida que mudam tudo. Que nos fazem sair da nossa zona de conforto e nos mostram outros mundos, outros caminhos, outros finais. Há mudanças que nos são impostas porque assim queremos. Que são forçadas porque a nossa escolha é essa. Há mudanças que valem tudo. Que valem por tudo. E que, no final, nos deixam diferentes. Porque também nos mudam a nós. 
O melhor de 2013?
...não perdi a minha sanidade mental.

Ah, memória, inimiga mortal do meu repouso!...



quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A mágica apaga a memória...ESCOLHER, SEMPRE!!!

... a pensar que todos os anos, com mais ou menos crise, vejo gente indignada com o dinheiro gasto em presentes de Natal, que não entende que a gratidão também se exprime por dar presentes, tralha, coisas, àqueles de quem gostamos. Não é uma necessidade de vida ou morte, mas dá prazer (muito importante) e apazigua a ansiedade saudável de mostrar reconhecimento, amizade, amor. É muitas vezes um gesto, quando sabemos que o valor do presente não traduz nem de longe o que sentimos por aquela pessoa. Mas (ainda) não dá para oferecer um Matisse ou um Picasso. Perder a cabeça no Natal é, por isso, uma atividade que se recomenda. Além do mais, a economia, coitada, ao menos anima nestes dias.
Detalhe : a mágica apaga a memória. oh! oh!....

EU SEI um hino gigantesco e estranho
que a noite da alma  anuncia ( quase sempre!)  uma nova aurora...

...com paladares agradados e  abraços com braços. 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Com Manuel Alegre e Barocci. ( Natal... tende dele a melhor parte.)

Com Manuel Alegre e Barocci...
Um Natal que vos seja conforme. Sereno ou esfuziante, tende dele a melhor parte.
NATAL
Acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.
Era gente a correr pela música acima.
Uma onda uma festa. Palavras a saltar.

Eram carpas ou mãos. Um soluço uma rima.
Guitarras guitarras. Ou talvez mar.
E acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.

Na tua boca. No teu rosto. No teu corpo acontecia.
No teu ritmo nos teus ritos.
No teu sono nos teus gestos. (Liturgia liturgia).
Nos teus gritos. Nos teus olhos quase aflitos.
E nos silêncios infinitos. Na tua noite e no teu dia.
No teu sol acontecia.

Era um sopro. Era um salmo. (Nostalgia nostalgia).
Todo o tempo num só tempo: andamento
de poesia. Era um susto. Ou sobressalto. E acontecia.
Na cidade lavada pela chuva. Em cada curva
acontecia. E em cada acaso. Como um pouco de água turva
na cidade agitada pelo vento.

Natal Natal (diziam). E acontecia.
Como se fosse na palavra a rosa brava
acontecia. E era Dezembro que floria.
Era um vulcão. E no teu corpo a flor e a lava.
E era na lava a rosa e a palavra.
Todo o tempo num só tempo: nascimento de poesia.
(Manuel Alegre)

Barocci, El Nacimiento.  Museo del Prado. Madrid.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Um brinde ao inesperado...( Tenham um Bom Natal !!!).


As luzes de Natal continuam bonitas, tudo continua na mesma. O mundo está perigoso.
Que significa, afinal, esta alegria, esta felicidade, este júbilo? Será devido ao nascimento do menino que nasceu nas palhinhas em Belém? Não. Já ninguém quer saber do menino para nada. Deus morreu e o menino está só à espera da Páscoa para ser crucificado ...e ressuscitar novamente.
Natal é a ideia de Natal. Um espírito, um espetro bonzinho e simpático que desce à terra para insuflar bondade e alegria nos corações humanos . Por isso gostamos todos muito uns dos outros no natal. Gostamos muito uns dos outros, não porque gostemos especialmente muito uns dos outros, mas porque gostamos muito da ideia de gostarmos muito uns dos outros .


Hoje é dia de Natal.
O jornal fala dos pobres
em letras grandes e pretas,
traz versos e historietas
e desenhos bonitinhos,
e traz retratos também
dos bodos, bodos e bodos,
em casa de gente bem.
Hoje é dia de Natal.
- Mas quando será de todos?
(Sidónio Muralha)
Dizem que não existe tal coisa...(perdoem-me as crianças, que ainda têm direito ao sonho).
A todos um Bom Natal.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Tecer o momento novo. E ele chega...


Corro sempre o risco de me enganar. E de ter de refazer tudo desde o princípio. De pensar estar certa e afinal não. De achar que o meu caminho era aquele e, de repente, ele não passar apenas de um atalho para a verdadeira estrada. Que pode, também já percebi, não passar de uma vereda para um outro caminho melhor. Ou não.
Há algo em que temos de insistir, algo de que não podemos desistir. Somos. Existimos. Essa é a Magia. Ser. Ser e acreditar que podemos ser mais do que aquilo a que nos tentam reduzir. O deus ao qual pedimos? Peçam a vocês, e verão que resulta melhor. E resulta desde logo porque se formos crentes (em nós) o suficiente, e se lutarmos por nós, as coisas acontecem. Ou desacontecem. Como quem separa o trigo do jóio.
Se começarmos hoje, o amanhã vai ser menos distante.
 Leva tempo. Quase tanto ou mais do que o tempo que levou a chegarmos a esta negação de vida.
Mas ou nos entregamos ao umbigo da nossa existência, e aí podemos atropelar os nossos iguais e dormir descansados. Há muito quem consiga e siga dessa forma... 

A tábua de salvação está em algo que nós podemos ver, basta abrir os olhos. 
 

A Magia de voltarmos a Ser...

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

E se?...E se?...Arrumações!!!...


Amanhã chega o Inverno. Hoje, é tempo de arrumar o Outono e de lhe dizer adeus.

Pode ser, pode ser. Precisamos de certezas. Precisamos, não precisamos? Claro que sim. Podemos, então e por isso, estar a ser perfeitamente tontos. A não ser que... E se não estivermos? E se?...E se?...
Mas que grande tontice, poderá dizer-se. Assim, não temos certezas de nada.

Nunca é cedo para uma gentileza, porque nunca se sabe quando poderá ser tarde demais.
Há momentos em que o melhor de nós se despede...
E não espero voltar a desejar «Feliz Natal». Agora só volto a desejar qualquer coisa aquando da passagem de ano. Embora tema que tomem as minhas palavras por sarcásticas: tenho que encontrar uma palavra para substituir o adjetivo «próspero». E não sei se direi ano «novo», porque parece-me que estamos a caminhar para anos «velhos»...


Um surrealista Português, Alexandre O'Neill...(de gene celta)


No Natal, detesto...
Pais natais insufláveis a subirem pelas paredes exteriores das casas...
Aqueles paninhos com o menino Jesus, quais bandeiras de Portugal em época de competição desportiva, a abanar por essas janelas e varandas...
Gosto de O'Neill , por exemplo...
Alexandre O'Neill era descendente de Irlandeses... Mas o que é que a Irlanda tem, que para além de nos dar Oscar Wilde, James Joyce, Samuel Beckett, &c ainda nos deixa Alexandre O'Neill? Quero esse gene celta...

Portugal
Ó Portugal, se fosses só três sílabas,
linda vista para o mar,
Minho verde, Algarve de cal,
jerico rapando o espinhaço da terra,
surdo e miudinho,
moinho a braços com um vento
testarudo, mas embolado e, afinal, amigo,
se fosses só o sal, o sol, o sul,
o ladino pardal,
o manso boi coloquial,
a rechinante sardinha,
a desancada varina,
o plumitivo ladrilhado de lindos adjectivos,
a muda queixa amendoada
duns olhos pestanítidos,
se fosses só a cegarrega do estio, dos estilos,
o ferrugento cão asmático das praias,
o grilo engaiolado, a grila no lábio,
o calendário na parede, o emblema na lapela,
ó Portugal, se fosses só três sílabas
de plástico, que era mais barato!
*
Doceiras de Amarante, barristas de Barcelos,
rendeiras de Viana, toureiros da Golegã,
não há "papo-de-anjo" que seja o meu derriço,
galo que cante a cores na minha prateleira,
alvura arrendada para o meu devaneio,
bandarilha que possa enfeitar-me o cachaço.

Portugal: questão que eu tenho comigo mesmo,
golpe até ao osso, fome sem entretém,
perdigueiro marrado e sem narizes, sem perdizes,
rocim engraxado,
feira cabisbaixa,
meu remorso,
meu remorso de todos nós...
(Amadeo de Sousa Cardoso)



quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Há mais munch para além do grito... ...há Natal, por exemplo!


Uns imaginam o mundo, outros constroem-no.
São modos complementares de ser e ambos me merecem simpatia.
Também há quem construa um mundo imaginário e, nesse caso, depende...

Claro que há mais munch para além do grito...
...há Natal, por exemplo!

Passava, inertes os dedos, pela barba grisalha de muitos anos já paridos na miséria da vida. Gretados e secos esticavam-se os lábios na secura de uma boca vazia. Ralos e engordurados pingavam os cabelos numa cabeça já moribunda de querer. Retorcido de tormenta, quebrado de sentir e amassado de sofrimento, o corpo arrastava-se pendurado numas pernas roídas de vagueio. Os pés grandes e escuros, quase labregos de caminhar, trauteavam ainda os passeios na busca mirabolante do amanhã. Um homem de 2013. Um homem português. Um homem roto de anseios cujo olhar parecia vazio como se fora cego de futuro. Cambaleando desandou em direção ao mundo.
Natal, dizem é quando um homem quer, será?

Boas festas? Para alguns.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Da simplicidade...e da harmonia.

"As pessoas da subjetividade não fazem falta ao mundo. Viveríamos perfeitamente sem poesia."
É claro que vai haver para sempre gente que vive sem poesia, tal como haverá para sempre quem viva sem amor, sem generosidade, sem apreço e sem bondade.
"A mente veste as cores da alma." Claro!
Gosto dos dias claros e dos dias escuros, ambos são casa para mim, pode até chover e o vento zangar-se comigo, só porque sim. Eu deixo, e espero que passe (isso também é ser simples). Gosto, gosto muito de uma lareira. Uma lareira faz-me companhia, mesmo se não houver ninguém, e pode ser um local onde a simplicidade da vida assume um esplendor ainda maior (que magnífica antítese). Para isso preciso apenas de uma manta de retalhos e de troncos, para a ir compondo. Os meus olhos conseguem olhá-la horas a fio sem se cansarem, e isso só é possível com as coisas simples, que não exigem de nós para além dos sentidos práticos.
Estimo quem me expõe aos pormenores da harmonia, ainda que os mesmos possam surgir em pequenas minuciosidades triviais .


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Voando sobre um ninho de cucos...Fraternidade e perdão. Pois sim!


Para ti, para quem a burocracia é inútil, porque cumpres mandamentos da tua consciência, proponho-te esta ordem de trabalhos.
PONTO UM: abrir as asas e arejar bem as penas fofas, fazer um voo rasante, anunciar chuva e pardas recordações, depositar ovos no ninho dos falsos escrúpulos...
PONTO DOIS: À loucura dar equilíbrio . Ao medo dar confiança.

Razão tinha Álvaro de Campos quando escreveu: "Todas as palavras esdrúxulas, como os sentimentos esdrúxulos, são naturalmente ridículas", ao que acrescento - ridículas, estéreis e fúteis.
Mas por agora durma bem e tenha sonhos cor-de-rosa...
"Do riso às lágrimas, Voando Sobre Um Ninho de Cucos concretiza um estudo assaz pertinente sobre as ténues fronteiras entre a saúde e a doença mental".

 Alguns pacientes já tiveram alta. (Relvas, Gaspar...)

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Um lamento por Nadir Afonso.

Gosto de homenagens post mortem ...

(NADIR AFONSO 1920-2013).

Alimentam-me um conhecimento seleto da pessoa em questão, inteiram-me da grandeza por vezes desconhecida, dão-me a conhecer vida e obra de pessoas importantes que o mundo acolhe de braços abertos, faz-lhe muita falta personalidades respeitáveis, de pequenas está tudo cheio. Aprecio-as um bocadinho mais quando sentidas e ditas com frases que podem ser simples mas que acolhem na vastidão das palavras um sentir de admiração, que vale a pena ler, porque é sempre bonito ler palavras bonitas. As declamadas no preceito do politicamente correto soam-me a livrinhos de venda fácil, agendas de ditos milagrosos, fracas figuras, não me servem para nada. A verdadeira homenagem seriamos nós, pessoas normais, tentarmos chegar perto do ideal, que afinal é possível ser. O resto, e se for só, morre nos dias que passam, definhado nos corpos que apreciam o belo, mas que estão demasiado ocupados para procurarem o bom. Ser bom, deve difícil. Digo eu na ignorância, claro.


Etc...denegar-se...foragir-se...(A inteligência é superior?).


Denegar-se...
Pressinto-os nos pequenos nadas, em intangibilidades, nas desordens imperceptíveis aos alheados ou aos indiferentes. Sei que não são o que querem que pensemos serem, mas o inverso melancólico, uma realidade enjeitada.

Foragir-se...
Oiço dizer que a inteligência é superior, devendo então ser a única capaz de acabar com receios, ansiedades e outros males que minam o Homem; só não consigo é perceber a frouxidão da digna, perante os vómitos do id.
Há palavras que acolhem um sem número de sentires tão díspares, que uns podem ser verdade enquanto outros são mentira.  A não ser quando entram e esbarram no feitiço do inconsciente, claro, um mago virtuoso e capaz de manipular a vontade do mundo, quanto mais a de uma pequena e humilde mulherzinha.
Leviana, eventualmente, ignorante, certamente, e quase concluo que superioridade não é isto (ou será então mais uma questão de dicionário, imprecisões e etc, que outra vez se me atravessam no caminho...).


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Odeio a idolatria e superficialidade natalícia.Está frio, muito frio...


As coisas que é preciso dizer...
A distância que vai das palavras ao significado delas.
A gente que vai caindo na rua e vivem do nada.
Na verdade, não têm nada, aguentam tudo e só são notícia quando chegam as vagas de frio ou quando aparecem gratos e contentes naqueles jantares oferecidos no Natal que quase sempre compõem indecorosos espetáculos mediáticos.
São muitos, os sem abrigo, mesmo em famílias e em instituições.
São muitos, os sem abrigo no afeto, nos afetos, sem um coração que os abrigue.
São muitos, os sem abrigo em vidas que lhes não pertencem mas carregam. São muitos, os sem abrigo no aceder e no gostar das coisas de que a vida também se tece.

Há também os que vivem "DOS DESABRIGADOS DO MUNDO"! Essa é que é essa!
Também existem Pessoas muito Grandes.
Odeio a idolatria e superficialidade natalícia. 
José António Pinto é uma dessas Pessoas, não tanto pelo gesto de recusa da medalha mas pela incansável e desigual luta diária pelos direitos e dignidade das pessoas, atropelados, justamente, pela gente pequena que decide.

Das incoerências...(Sim, sou banal).



A teimosia só é justificável quando há uma lógica dentro da razão que se pensa ter. Quando ela é desprovida de lógica e a razão escasseia, a teimosia é um mau aliado.
Sim, sou banal...
Todo o nosso interior é de certa forma insondável. Deixá-lo transparecer, ao mais clandestino, é um desafio que nem sempre conseguimos... Mas com ganhos também eles insondáveis, se o permitirmos...
Somos quase todos diferentes e quase todos iguais.
E sabemos que é isso que tempera os nossos dias.
Nem vale a pena tentar filosofar, a vida é assim e pronto.
Se Nelson Mandela é, na opinião de Cavaco e de Passos, um exemplo a seguir, porque é que não o seguem?
Deixem de ser hipócritas!!!

Fecho-vos a porta!!!



segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Rompe-me o sono um latir de cães.(A recessão acabou!!!)...

VER, PARA CRER. COMO SÃO TOMÉ...     

Popularmente, um idiota é um indivíduo tolo, imbecil, desprovido de inteligência e de bom senso.Um problema que me aflige seriamente. Como se explica que não façamos nada para melhorar a qualidade de vida do "nosso" primeiro-ministro, quando, todos os dias, ele nos surpreende com fórmulas (matemáticas, científicas, filosóficas e outras ...) com impacto reconhecido nas nossas vidas? Povo injusto, é o que é! 
A RECESSÃO TERMINOU.
Agora só falta acabar também com o emprego que resta, as pensões dos velhos, a inércia dos jovens que continuam no conforto, a persistência com a educação, a baixa taxa de mortalidade infantil e com a garantia de cuidados de saúde (e já agora com esta gente que nos levou a este maldito estado, a tal situação de recessão que oficialmente terminou).


Já não tenho pátria, acabou-se. Não sei se a venderam ou se fui eu que, por descuido, a perdi...

domingo, 8 de dezembro de 2013

O que há de mais precioso de nós mesmos é o que fica por dizer.(Será???)


Amanheceu assim, geada de fresco...frio, muito frio. 
Este mês de Dezembro não me iluminou, ainda, com o espírito natalício...Ouvi um discurso sobre a palavra "serpente"...(nua, despida de caráter, esperta, não é o mesmo que inteligente).  Pessoa pérfida e traiçoeira. Faz sentido.
E, por causa disso, saem-me textos piegas e absolutamente inúteis como este.
Fazem-me falta, em certos dias fazem-me mesmo muita falta pessoas, que caminhem devagar e, ainda assim, sejam pontuais. Que contem histórias. Que leiam muito mas não papem livros.  Que vejam o nascer do sol como uma novidade e  as fases da lua como revelações. Que tenham a coragem de desfazer nós e criar laços. Que não façam publicidade aos seus atos de voluntariado. Que conheçam e gozem verdadeiramente os seus direitos e por isso não lhes pesem os deveres. 
Nas dores que a morte me causa, dispenso o colo daqueles que nunca rejubilaram com as alegrias que a vida me dá.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Se eu fosse metódica e regasse as minhas rosas, outro mundo me teria cantado...



O mundo é de centramentos e eu tenho dias...

Pode. Pode. Uma vida inteira a ser-se quem não se é? Pode-se muito bem.
Habitua-se a levantar-se e ver-se no espelho já nem estranhado que aquele que o olha seja outro e que, depois, caminhe todos os dias não como se fosse para o cadafalso mas para um redil, um entre outros seres selvagens que a vida aprisionou.
Por vezes nunca se chega a ser suficientemente forte.
E aos poucos uma vergonha. E depois, cada vez mais, também o não ser capaz de suportar a vergonha. Fraco, fraco, tão fraco. Precisar de ajuda para não se lembrar da penosa vergonha.
E a dificuldade em adormecer. E ajuda para adormecer.
E uma ajuda para se manter acordado.
E uma ajuda para não pensar no que está a acontecer.
E esconder. E esconder. E esconder sempre. De todos.
E as pontas começam a ficar soltas. E como voltar a agarrá-las? Quando? Como? Tão espalhadas elas já estão.
Tudo tão frágil.

Tomara um colo quente, o abraço morno da mãe, os joelhos do vizinho, a tia, a avó, dá cá um xi-coração , gosto tanto do teu xi. Tomara um colo...


Desabafos...dos que se ouvem, gritados, na arte de suportar a rotina e a miséria...

Desabafos... de gente comum!... dos que se ouvem, sussurrados e gritados -como convém aos cidadãos, mortais e incansáveis na arte de suportar a rotina e a miséria...
... que, além da fome, não permite salvar a alma da criatividade das pessoas.
 Hoje, mais uma vez, confirmei que de vez em quando uma pessoa desacredita ou então que as nossas impressões no fundo não estavam erradas e que o nosso querer não basta.
 Sair, tantas vezes, é a sobrevivência. Zeros. É tudo quanto me é dado contemplar. Nenhuma oportunidade. Nenhum apreço. Nenhum horizonte. Zero. Sina. Portugal. Um dia será diferente. 
Odeio profundamente as atitudes "vamos sorrir porque é Dezembro", a solidariedade e o espírito "Dezembrista" e que nos restantes onze meses não existe".
"O maior multimilionário, Américo Amorim, duplicou no último ano a sua fortuna, avaliada hoje em 4 500 mil milhões de euros". 
É isto senhores!!!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Os governantes (governados) falam/fazem como se "o tempo ou o dinheiro", fossem deles, mas não são.


O preço que o país vai pagar pela obsessão por privatizações que norteia este governo só tem paralelo na obsessão dos governos de Cavaco Silva em acabar com a agricultura e com a frota portuguesas. Era o tempo em que vinha dinheiro de Bruxelas para arrancar vinhas e olivais e deixar arder os barcos. Foram precisas mais de duas décadas  para a agricultura recuperar da política suicida  imposta por Cavaco Silva. Porém, da destruição dos barcos, quem lucrou foram os espanhóis.
Agora, Bruxelas nem precisa de dar dinheiro: O governo encarrega-se de espatifar os poucos anéis que restavam e já vai nos dedos.

Uma tristeza. Uma pena. Uma coisa revoltante.

Ou os corruptos são mais espertos que os magistrados, polícias e juízes que os investigam e os julgam, ou têm muito dinheiro para contratarem os melhores advogados e nunca são apanhados, ou então a justiça portuguesa é uma balela.

Quase me apetece enfiar-me debaixo duma mesa e pôr-me a chorar de impotência e raiva perante aquilo a que se está a assistir.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Escolhas...Isto está um mimo, melhor só o burro mirandês.

A importância do contexto socioeconómico, a igualdade de oportunidades, a escola pública, o ensino privado, o cheque-ensino e a possibilidade das escolas escolherem os alunos que muito bem entenderem. Tudo se conjuga...e as exportações que vão pagar o enorme sucesso para os credores que foi a troca de títulos e os juros da dívida atirados para 2017. 
Isto está um mimo, melhor só o burro mirandês...( talvez em extinção)
Quase tão difícil como a não opção, é a escolha sem saber para onde.
 Empurrar com a barriga não resolve nada mas sempre alivia ...

Os lexemas cintilantes da felicidade soam-me alheios como uma língua ouvida num país distante.!!!

 Lugares comuns ... "As mulheres"...
...sabem o que ler e o que escutar, o que vestir ou despir para agradar, como falar, o que dizer, como se movimentar, por onde andar. Conseguem fingir que não ligam a nada disto, até porque a naturalidade é um charme e tudo quanto caiba nela é uma prova de graça irrefutável, muito mais valiosa do que qualquer outro tipo de construção alicerçada nos looks aplaudidos por revistas cor de roda ( também eles poderosíssimos, claro). As mulheres também sabem fingir que determinadas coisas não as sacodem...
...os lexemas cintilantes da felicidade soam-"lhes" alheios como uma língua ouvida num país distante. E há toda uma sintaxe soalheira de janelas abertas ao sol e remates de bom sucesso onde não "se" movem com facilidade. Brancuras, alvuras, alegrias, isso é sempre a casa dos outros.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Homenagem....a ti não Crato!!! (à inigualável Callas)

Eu não acho o mundo particularmente interessante. Mas pronto, é nele que vivo, tenho por isso que lhe dedicar alguma atenção, motivada pelo meu egoísta instinto de sobrevivência. Ora, isso faz com que tenha que ler jornais, embora sem a moderna devoção de quem faz disso a sua diária oração matinal!
Apetece-me homenagear a diva...  90 anos da inigualável Callas!!!
E perdoem-me alguns professores....Nuno Crato levita .
 Quando vier  o tempo da queda, quando a gravidade retomar os seus direitos sobre o corpo do ministro, o grande problema não será o seu trambolhão, mas os estragos, talvez irreparáveis nos próximos decénios, que os seus delírios levitantes terão feito no sistema educativo português. 
Parece que a prova de avaliação a que todos os professores contratados iriam ser submetidos só se aplica aos que têm menos de cinco anos de serviço.



domingo, 1 de dezembro de 2013

Neste abençoado país todos os políticos têm «imenso talento»..(joão da ega n` "os maias" de eça de queiroz)...

Por vezes desejaríamos ser canibais, menos pelo prazer de devorar este ou aquele do que pelo de o vomitar.

"É extraordinário! Neste abençoado país todos os políticos têm «imenso talento». A oposição confessa sempre que os ministros, que ela cobre de injúrias, têm, à parte os disparates que fazem, um «talento de primeira ordem»! Por outro lado, a maioria admite que a oposição, a quem ela constantemente recrimina pelos disparates que fez, está cheia de «robustíssimos talentos»! De resto, todo o mundo concorda que o país é um choldra. E resulta portanto este facto supracómico: um país governado «com imenso talento», que é de todos na Europa, segundo o consenso unânime, o mais estupidamente governado! Eu proponho isto, a ver: que, como os talentos sempre falham, se experimentem uma vez os imbecis!"
joão da ega n "os maias"
de eça de queiroz


 A vida tem lágrimas pesadas como árvores…