segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Votos de uma saída limpa...e uma entrada iluminada!!!


...e eu quero abraços, muitos!

"Não permitas que alguém retire o direito de te expressares,que é quase um dever.
Não abandones as ânsias de fazer da tua vida algo extraordinário.
Não deixes de acreditar que as palavras e a poesia podem mudar o mundo.
Aconteça o que acontecer a nossa essência ficará intacta. 
Somos seres cheios de paixão.
A vida é deserto e oásis.
Derruba-nos, ensina-nos, converte-nos em protagonistas de nossa própria história.
Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua:
tu podes tocar uma estrofe.
Não deixes nunca de sonhar, porque os sonhos tornam o homem livre."
Walt Whitman
Quando alguém parte, tem de deitar
ao mar o chapéu com as conchas
apanhadas ao longo do Verão,
e ir-se com o cabelo ao vento,
tem de lançar ao mar
a mesa que pôs para o seu amor,
tem de deitar ao mar
o resto de vinho que ficou no copo,
tem de dar o seu pão aos peixes
e misturar no mar uma gota de sangue,
tem de espetar bem a faca nas ondas
e afundar o sapato,
coração, âncora e cruz,
e ir-se com o cabelo ao vento!
Depois, regressará,
Quando?
Não perguntes.
(Ingeborg Bachmann)

Quero ver o mar que me descansa. Ficar  maravilhada soletrando sóis, árvores, amores intemporais, alegrias, saudades, poemas cheios de luz....
Balada del mar no visto

Quero distanciar-me de:
-Ladrões, gestores, criminosos , mentirosos, calculistas e gente estúpida em lugares de decisão.
Desejo no novo ano, que dentro do meu coração estejam o nome de todos os meus amigos:
-Os antigos e os mais recentes. Os de perto e os de longe. 
-Os que vejo a cada dia, e os que raramente encontro.
-Os sempre lembrados e os que às vezes ficam esquecidos.
-Os das horas difíceis, e os das horas alegres.
-Os que sem querer magoei ou sem querer me magoaram.
 -Aqueles que pouco me devem e aqueles a quem muito devo.
                     -Todos os que  passaram na minha vida.
                                   ....um ano LINDO!!!


Fausto Bordalo Dias Lembra-me um sonho lindo - Foi por ela - Ao longo de um claro rio de água doce ___…
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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Do espírito de Dezembro...


Ninguém gosta mais do Inverno do que eu!!!...
Não me incomoda o frio, porque nos dá oportunidade de usar soberbos casacos, luvas, carapuços e cachecóis. Sem o Inverno, vai-se metade da piada de ter um belo guarda roupa. Depois, tem o Natal, tem as lareiras, as pessoas andam muito solidárias...muito caridosas, muitas festas, da empresa, da instituição, muito amor...(a rodos!) e muita harmonia. 
É de louvar.
Amigo

Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».

«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'

“Eu não acredito em caridade. Eu acredito em solidariedade. Caridade é tão vertical: vai de cima para baixo. Solidariedade é horizontal: respeita a outra pessoa e aprende com o outro. A maioria de nós tem muito o que aprender com as outras pessoas.” 
(Eduardo Galeano)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Divas___ Maria Callas.



Há coisas que eu gostava de dizer, mas... falta-me a inteligência das mulheres sedutoras e dos homens geniais...
É tanto o horror relativo ás vítimas da violência do mundo que não pode assimilar-se com a alma e a mente e a esperança, essa pequena luz que me empurra para continuar a andar por esta vida, sem justiça, onde muitos homens perderam a sua condição humana, onde a perversão está cada dia mais eficiente e cruel, gerando uma impotência sem limites, porque é muito difícil de manter, eu sinto muito, mas decidi tomar um pouco de "ar"...
... e voltar a ver o mundo com os olhos de CRIANÇA.


 dicembre 1923, a New York, nasceva Maria CALLAS, la Divina.

00:00 "Casta diva" Norma - Bellini 05:30 "Madame Butterfly" 09:57 "Sempre libera" La Traviata 13:58 "Sí, mi chiamano Mimí" 18:40 "O mio babino caro" Gianni S...
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ACONTECE-ME ÀS VEZES, E SEMPRE QUE ACONTECE...
Acontece-me às vezes, e sempre que acontece e quase de repente, surgir-me no meio das sensações um cansaço tão terrível da vida que não há sequer hipótese de acto com que dominá-lo.
Para o remediar o suicídio parece incerto, a morte, mesmo suposta a inconsciência, ainda pouco. É um cansaço que ambiciona,
não o deixar de existir — o que pode ser ou pode não ser possível —, mas uma coisa muito mais horrorosa e profunda, 
o deixar de sequer ter existido, o que não há maneira de poder ser.

Creio entrever, por vezes, nas especulações, em geral confusas, dos índios qualquer coisa desta ambição mais negativa do que o nada.
 Mas ou lhes falta a agudeza de sensação para relatar assim
o que pensam ou lhes falta a acuidade de pensamento para sentir assim o que sentem. O facto é que o que neles entrevejo não vejo. O facto é que me creio o primeiro a entregar a palavras o absurdo sinistro desta sensação sem remédio.

E curo-a com o escrevê-la. Sim, não há desolação, se é profunda deveras, desde que não seja puro sentimento, mas nela participe a inteligência, para que não haja o remédio irónico de a dizer.
Quando a literatura não tivesse outra utilidade, esta,
embora para poucos, teria.

Os males da inteligência, infelizmente, doem menos que
os do sentimento, e os do sentimento, infelizmente, menos
que os do corpo. Digo «infelizmente» porque a dignidade humana exigiria o avesso. Não há sensação angustiada do mistério que possa doer como o amor, o ciúme, a saudade, que possa sufocar como o medo físico intenso, que possa transformar como a cólera ou a ambição. Mas também nenhuma dor das que esfacelam a alma consegue ser tão realmente dor como a dor de dentes,
ou a das cólicas, ou (suponho) a dor de parto.
De tal modo somos constituídos que a inteligência que enobrece certas emoções ou sensações, e as eleva acima das outras,
as deprime também se estende a sua análise à comparação entre todas.
Escrevo como quem dorme, e toda a minha vida é um recibo por assinar.
Dentro da capoeira de onde irá a matar, o galo canta hinos à liberdade porque lhe deram dois poleiros.
BERNARDO SOARES
Livro do Desassossego Vol.I.
Fernando Pessoa