Escrever para quê, para quem? Escrever para não ter de mentir???...
Porque aparentada com a maldade, a mentira é abominável, seja aquela que destrói um povo e um país (todas as ditaduras o exemplificam), sejam as mentiras que contamos aos outros e a nós próprios, acossados pelo medo atávico do incompreensível. Porque incapazes de lidar com as consequências da verdade, todos mentimos; faz parte da tendência para a devassidão do género humano. Não há remédio, muito menos remédio santo.
Sendo uma possibilidade de interpretar e reorganizar o mundo à nossa volta, incluindo o mundo que nos acontece, a escrita e a arte surgem como libertação temporária do mal absoluto, que é sempre frio e estéril. Para destruir o ser humano, basta atirá-lo para uma grande desolação interior. Contar-lhe uma mentira e negar-lhe a possibilidade de contrapor com as armas que tiver à mão: a palavra, a espada, o riso ou outras. Para uma luta justa.
Maria no País dos contos:
Com o patrocínio do Presidente da República, do Primeiro Ministro e Rui Machete , ministro dos negócios estrangeiros.