sexta-feira, 31 de maio de 2013

UM DIA EM QUE ME ENCONTRO MAIS MARXISTA...TALVEZ.....


A desumanidade ainda me surpreende, ainda me choca, ainda me agonia. Não porque não abundem os vis e tenebrosos exemplos neste mundo em franco declínio, mas porque, no mais recôndito do meu ser, albergo a esperança de um renascimento ainda que, talvez, num futuro demasiado distante...  

Grave é que  o capitalismo financeiro não é um sujeito autónomo, é um mero somatório de decisões racionais que conduzem à catástrofe. Os bancos são ao mesmo tempo beneficiários e vítimas deste jogo, a que a estratégia alemã já só sabe responder pelo empobrecimento generalizado.

A última ironia da História é que a tradicional estratégia britânica de impedir a unidade da Europa acabou por nos conduzir irreversivelmente a uma Europa sob hegemonia alemã.
Enquanto isso???....Resta-nos um governo de traidores e um povo, mais que "manso"....



Um dia havemos de morrer, mas agora ainda temos esta noite, esta artrite...


Artrite

...é uma dor aguda, incapacitante, como se estivessem espetando agulhas e elas ali ficassem dolorosamente mortificando o mais ínfimo movimento.
O País está atacado por uma dor semelhante.








É já amanhã...Libertar Portugal da Austeridade....enquanto não morrem de fome têm de pagar.....


ATÉ QUE ENFIM QUE ALGUÉM PÕE NA ORDEM ESTA CAMBADA DE PREGUIÇOSOS E PRIVILEGIADOS !

Aqui, nesta humilde e despretensiosa chafarica virtual onde vomito umas lérias risonhas ou nem tanto , não deixo que me calem, nem aqui nem em lado nenhum...
É frequente a afirmação de que somos um povo de brandos costumes. A questão é que, como dizia Camões, todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.

Visões doentias-Passos Coelho, como muitos políticos que sucumbem à vertigem do poder, acabam a confundir a realidade com a projecção dos seus desejos e a perder de vista o impacto do que decidem na vida das pessoas.

A poesia de um grande visionário:

"Dizia ele que deixara a vida
pelo mundo em pedaços repartida.
Há quatrocentos anos que isso foi.
Mas desde então e sempre o que no mundo
se repartiu para não voltar
é o que — a mais que um poeta e dos maiores —
poderia ter sido o povo português.

Solúvel e insolúvel este povo.
Na memória dos outros e na sua mesma.

Real, sub-real, super-real,
ou — como querem alguns — surrealista?
Que dizer-se de um povo cujo tempo
se dissolveu no espaço e cujo espaço
não teve nunca tempo para dissolver-se
em tempo?

Eterno era só Deus. Os povos não.
E não as línguas e as cidades. Mas
quem vive de alheamento e sobrevive
não é que eterno se ignora morto?"
...
(Jorge de Sena)


«O berço baloiça por cima de um abismo e o senso comum diz-nos que a nossa vida mais não é do que uma brecha de luz entre duas eternidades de treva.»

(a mário de sá-carneiro)


Há dentro de nós
sempre a balouçar
um balouço, voz
sem poder gritar.

P'ra um lado o fim,
o abismo, precipício...
N'outro a vida assim
(ou só um indício):

Sempre igual, igual...
Cada um calado,
sabendo o seu mal.
Não ser desejado...

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Quem nasceu com a sensibilidade exacerbada sabe quão difícil é engolir a vida.


Perguntas inconvenientes?...

Em tempos  assisti ao vison que voava de mão em mão, até o pobre do mustelídeo, morto e trabalhado, deveria estar bravo da vida com os arranques sofridos por braços de cabeças loiras e penteadas... 
Os oiros, os oiros e o vison  o que sustenta o "povo", que o resto já morreu.
Exatamente. Os que nos recordam as desgraças não são propriamente modelos de bondade.
Aprendemos com as nossas derrotas, fortalecemos o caráter e a resistência, podemos até ser mais interessantes, somos, porque mais conhecedores, mas temos o direito de seguir em frente e de sermos nós a escolher a nossa vida como tópico de conversa.
A bondade é uma noção vasta e complexa, com variantes e amplitudes várias. Mas ela não pode significar que se lembre a desgraça quando isso não foi pedido e pode causar sofrimento. Nem que a má sorte esteja aparentemente a ser lembrada por entre sorrisos pretensamente cúmplices, solidários e empáticos. O orgulho e a vaidade não nos podem negar a fortuna adversa mas a falsa bondade também não nos pode mergulhar de novo nela.

Palavra condenada


Nasceu condenada
(a Palavra)                                  
no meio dos arbustos,
escondida,
com medo dos passos
reais, a caminho,
marchando leais
traindo o Poeta
e o vizinho.

Nasceu condenada
(a Palavra)
e o verso chorou
baixinho,
gritou pelo caminho
e o medo foi seu vizinho.


Recado aos corvos

Eu até acho que a realidade não existe: existe o que nós criamos, sentimos, vemos ou simplesmente imaginamos. E é isso que torna a vida suportável. 

Murro no estômago na maioria de nós e na consciência ética, se existisse, de gente como o Secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro Adjunto da Troika, o geniozinho Carlos Moedas que há dias afirmou que as pessoas “só acabam com os maus hábitos quando enfrentam choques”, para exemplificar o que está a ser feito na economia portuguesa).
.Há discursos com os quais não podemos deixar de nos sentir ofendidos e indignados, chocados, por assim dizer.O das pessoas com fome ofende-nos ela indignidade da situação, o do geniozinho Moedas pela despudorada e delinquente insensibilidade.


Pobres Inocentes, Cheios de Boas Intenções...


Ficamos a saber que União Europeia investiga negócios de Relvas e Passos. Empresa Tecnoforma e a ONG Centro Português para a Cooperação estão a ser investigadas pelo Gabinete da Luta Antifraude da União Europeia por má utilização de fundos comunitários.
Gente fina. Uma vergonha para o País estar a ser governado por um sujeito destes e que tinha por braço direito um Relvas que era o que se sabia.
Esta é a nata do PSD que ocupa como um vírus nefasto tudo onde toca.
Outra: Gestores propostos pelo Governo para a Parque Escolar foram chumbados, um por ter "um percurso profissional assente na rede de contactos pessoais" e outro por evidenciar preferência pela "autovalorização pessoal".

Isto é a borra, uma borra que  infecta....E mais ....e mais....a ler por aí nos jornais!!!
 Sítio de má morte, agouro de más novas... (este País)                                                                                   

Mistérios.Os enigmas da actual (des)governação. O que se passa é normal?


Claro que o Gaspar, que é o que se sabe, desvaloriza as previsões da OCDE tal como desvaloriza os alertas de toda a gente. São décimas de diferença, diz ele, são décimas que ele diz que não valoriza. Razões tinha o outro para dizer que o Gaspar é um psicopata social. Para ele uma recessão mais grave do que o previsto são décimas - não são pessoas desempregadas, empresas falidas, toda a gente mais pobre.
Há uma dúvida que eu tenho: um sujeito que arruina um país, que destrói milhares de milhões de euros, que desgraça a vida de tanta gente, persistindo nisto apesar de estar bem visível o descalabro e apesar de estar avisado por toda a gente, que endivida o país de forma explosiva (e não é por ter feito obras, que essas ficam), não deveria ser objecto de um processo crime? Se alguém roubar dinheiro a outra pessoa não é julgado e, se for provado, não é acusado? Então este que nos rouba a todos, que destrói tudo, que o faz com dolo, com intenção, não deveria ser acusado, julgado?
Se a justiça não actua num caso destes, em que há um flagrante à vista de todos, então que raio de justiça é esta?


quarta-feira, 29 de maio de 2013

Não te cumprimento "servidão"....

A criatividade linguística foi elevada, à extenuante "servidão"....
Fecho-te a porta como um símbolo de  revolta.....
Servidão, palavra que convoca para o meu cérebro a imagem de multidões de servos, as multidões de escravos dos tempos modernos que nada têm de moderno, e que fazem fila para serem comprados, e que competem entre si para ser comprados: oferecendo mais, mais trabalho, mais competências, mais conhecimentos, mais esforço, mais tempo, mais produtividade, por menos, menos remuneração, menos direitos, menos tempo, menos vida, porque são apenas um produto que tem que se vender; palavreado bonito - eufemismos - para dizer exploração, escravatura.
É verdade que Paul Krugman não vive por cá e por isso, provavelmente, não entende que a situação que vivemos não é, na verdade, um pesadelo de que se acorda assustado e angustiado mas que em seguida percebemos que tudo não passou … de um pesadelo. Não é assim.
O drama é que a situação para milhões de portugueses é a vivência diária de um pesadelo de que se não vislumbra o fim e, de vez em quando, acontece um sonho com um futuro melhor que aparentemente não passa disso mesmo ... um sonho.

O mensageiro que me trazia novas do fogo perdeu-se pela cidade...Gasparalhices...



... e um bando de burros achou que a solução para reduzir o défice e a dívida era secar a economia, retirar o dinheiro de circulação( reduzindo ordenados aumentando impostos, etc) ...Resultado? Está à vista, senhor comentadores, politólogos , etc, etc, etc...
Gasparalhices...
O que será que leva um homem que não tem qualquer pejo em ser deselegante com a humanidade existente em cada ser humano a quem tira a dignidade quando decreta que a sua felicidade reside no empobrecimento, a exigir elegância a quem questiona outros sobre as matérias que, quando lhe são questionadas, recebem em troca uma falsidade, uma meia-verdade, um erro de cálculo, ou um linguajar economicês incompreensível e desajustado da realidade?


"Servidões"

nada pode ser mais complexo que um poema,
organismo superlativo absoluto vivo,
apenas com palavras,
apenas com palavras despropositadas,
movimentos milagrosos de míseras vogais e consoantes,
nada mais que isso,
música,
e o silêncio por ela fora
Herberto Helder, in "Servidões"

Mia Couto, o poeta que escreve histórias....

Fiquei deveras feliz quando soube da atribuição do Prémio Camões 2013 a Mia Couto. Como quase toda a gente que o lê, creio que a sua marca vê-se no timbre da criação de novos termos, essencialmente na forma de prefixar palavras e dourá-las com aprazíveis e bem sonantes rendilhados. Aproveitando-se da incipiente linguagem dum povo que esteve cerca de quinhentos anos colonizado, mas nem português lhe ensinaram, foi-se servindo duma terminologia de iniciados, quase crioula, com adaptações que mostram uma sonoridade musical e inegável significância.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Entre elas recordações...



                                                                                                                                                                   Os átomos são eternos e, por isso, tenho a ideia (ideia talvez um pouco peregrina), de que talvez uma parte dos seres que foram especiais na minha vida ainda habite nos objectos em que, em tempos, tanto tocaram. 
Entre elas as mais preciosas que por lá havia e que tive de trazer comigo eram os álbuns fotográficos. Têm pouquíssimas fotografias. Mas as que existem são preciosas. 
Quando olhei melhor para a "foto", saltaram-me as lágrimas. Está lá a expressão viva e alegre que, apesar de tudo, não desaparece. Ficaram as histórias... lindas estórias!!! 
Sou companhia, mas posso ser solidão; tranquilidade e inconstância, pedra e coração. Serei o que  quiser, mas só quando eu quiser. Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…                   
Sou as minhas atitudes, os meus sentimentos, as minhas ideias, as minhas memórias...

EU....



Sou só e sou eu mesma. O que pensem e digam
os demais, nada importa; eu tenho a minha lei.
Que outros a multidão, covardemente, sigam,
pelo caminho oposto, altiva, eu seguirei.

Que, sem brio e vergonha, outros tudo consigam
e que zombem de mim porque nada alcancei;
quanto mais, com seu ódio, o meu nome persigam,
tanto mais orgulhosa em trazê-lo, serei.

Às pedradas não fujo e as tormentas aceito;
mas a espinha não curvo em prol de algum proveito,
minha atitude sempre a mesma se revela;

A mim mesma fiel, a minha fé não traio;
e, se em dia fatal ferida pelo raio
tombar minha bandeira eu tombarei com ela!

Eu prefiro pensar sem destino. E se as águas do riso forem tépidas e a brisa que me leva for suave, não tenho qualquer pressa de chegar.

 Nestas matérias, tudo o que faço é derivar ao sabor da corrente, sem jamais ter opinião certa.
 Brisa contínua.... 

 Hípias!!!...                                                                                                                                                     
Gosto da ideia de derivar ao sabor da corrente, sem jamais ter opinião certa ou de deixar a razão ser levada pela brisa. Significa isto ser céptico, niilista, decadente ou alguma forma de alienação ou alheamento? Não. Significa que conhecemos apenas o ponto de partida mas sem conhecermos previamente o ponto de chegada. Os pontos de partida são de grande frescura intelectual mas os pontos de chegada previamente direccionados são perigosos, ainda que justificados pela razão.
O mundo já está suficientemente cheio de pessoas que concordam demasiado consigo mesmas. Com as suas religiões, as suas doutrinas, as suas ideologias, os seus ismos. Com as suas certezas tão típicas de quem acredita que a direcção do vento ou a corrente do rio é sempre igual.

Eu prefiro pensar sem destino. E se as águas do riso forem tépidas e a brisa que me leva for suave, não tenho qualquer pressa de chegar.

Ouro e púrpura


Agora um país de ouro e púrpura,
Outono de rosa mosqueta e de maçãs –
Não o paraíso que sonhamos uma vez
Apenas para inventar boas memórias –
Não é mais um êxtase de nossa lavra
Nem o disfarce de feridas bem guardadas
Por receio de munir com as nossas faltas
Um inimigo no sentimento do amante.

Não é mais deixar para amanhã
E amanhã sempre a mentira deslumbrante
De a um mínimo gesto de distância
Poder tocar o ideal de uma paisagem.

Já se foram todos os nossos truques,
Abandonados num tremendo acidente,
Numa tormenta, num incêndio, numa alma
Que foi picada em seu sono e despertou.

Agora um país de ouro e púrpura
E nós despojados, tontos de ar puro,
Recém-maduros para o amor sereno,
Nosso outono de rosa mosqueta e de maçãs.

Mariana Ianelli, in "O amor e depois"


domingo, 26 de maio de 2013

olhando ... mais nada !


"A minha capacidade de olhar é tal que os meus olhos acabarão
por consumir-se. E este desgaste das pupilas será a doença que me
levará a morrer. Uma noite olharei tão fixamente na escuridão que
acabarei dentro dela."




Tratando-se de "Ensor" e esquecendo as datas, apetece-me pensar que não há coincidências.


Como o tema do palhaço está na ordem do dia, aqui vai uma mascarada do pintor expressionista belga James Ensor (1860-1949), "A Intriga", 1890. Qualquer semelhança com a realidade política portuguesa é pura coincidência!

Maio - da Poesia à Revolução...


... porque "Le Méteque" foi símbolo do Maio de 68 e Georges Moustaki, na sua infinita simplicidade e doçura humana, feita da multiculturalidade que nos fez chegar aqui e nos levará mais longe, "já não mora aqui" mas, cá ficará... na História, para sempre!

Há pessoas que pensamos que não existem, são mera ficção hilária.

Campanha pré eleitoral....
...multidões a abanar a cabeça, a bater palmas, aos proclamadores da banha da cobra...talvez lhe calhe algum lugarzito, talvez!!!...
(aprende sem te enganares, e vive sem te venderes)

Outros:
Altas horas, combóio comprido, velho, só, antigo, assim como os humanos, desesperados, sem energia, à espera da morte que já tarda.
ENTRE O DIZER E O QUE FAZER, HÁ MUITO QUE FAZER.
Esta tem o seu interesse.


E também os há:
Pela cidade noturna com pincéis e baldes de tinta negra. Nas noites de lua cheia ou outras luas, atacam os muros com frases indecifráveis ou que se dão a múltiplas interpretações e significações. Frases para fazer pensar, a quem gosta de pensar, quando vagueia pelos passeios dos subúrbios e das cidades.


               
  Inteligência, dá-me
o nome exacto das coisas!
... Minha palavra seja
a própria coisa,
criada por minha alma novamente.
Que por mim cheguem todos
os que não as conhecem, às coisas;
que por mim cheguem todos
os que já as esqueceram, às coisas;
que por mim cheguem todos
os próprios que as amam, às coisas...
Inteligência, dá-me
o nome exacto, e teu,
e seu, e meu, das coisas.

Juan Ramón Jiménez
Tradução: José Bento           
                                                                                                                                   
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora. Quando vier o Espírito da verdade,
Ele vos guiará para a verdade plena;
porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido
e vos anunciará o que está para vir»...
Ultimamente é isto que mais me interessa. Ou isto ou memórias. Historiazinhas previsíveis, personagens e mais personagens com pouca textura, diálogos postiços ou armados, isso pouco me diz, falta-me paciência. Mas dêem-me uma coisa maluca, conversas inesperadas, conclusões que não são conclusões, observações doidas - e, aí, já eu fico agarrada.(coisa que não tem faltado, para nosso mal).


"Não é aos saltos que se sobe uma montanha, mas a passos lentos."

Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos,
basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
─ Partimos. Vamos. Somos.
(Sebastião da Gama)

Pensar incomoda como andar à chuva. 
Mudança de chip...Doce ilusão!!!...
Vítor Bento: «Neste momento não precisamos de mais auteridade»
António Borges: «Portugal não precisa de mais auteridade»
A narrativa é de novo a de que os estabilizadores automáticos vão resolver tudo?
Dúvidas:
Será que Cavaco, nadando nos seus sapatos tamanho 49, de polegares enfiados nos suspensórios folgados e coçando a cabeça debaixo da careca falsa, vai processar todo e cada português que lhe chamou palhaço? Ou não leva assim tão a sério a vocação?


sábado, 25 de maio de 2013


É só uma ideia, para quem insiste em dizer aquela célebre e falsa frase: "não há alternativas". 
Já sabemos que o governo está em rota de colisão com o Tribunal Constitucional (TC). Depois de várias medidas dos orçamentos de 2012 e 2013 terem sido chumbadas por violação do princípio de igualdade, o Governo insiste em bater nos mesmos, isto é, funcionários públicos e reformados. As decisões do TC deverão manter a coerência e disso até já foi avisado o Governo.
Em vez de marrar contra o TC, o Governo devia ler o Expresso de hoje "Investigação internacional às off-shores revela ligações a Portugal", diz o Expresso.
Em vez de marrar contra o TC, o Governo devia sentar-se com a Troika e exigir: "ajudem-nos a acabar com off-shores para que uns quantos endinheirados não continuem a rir-se das medidas de austeridade".
RAÇA DOS VELHOS....neste admirável  novo mundo... 
Esperar tem uma mística qualquer...
Lembro-me de que, quando era pequena… Lembro-me pois! Ah, sim, lembro-me de ter lido um conto interessante.
Contava a história popular que um homem levou o seu pai, já velho e debilitado, para um passeio pela montanha. O velho sabia que não era nenhum passeio. O homem deu ao velho uma ração de pão velho para um dia, um pouco de água e desceu a montanha, sem olhar para trás. Era o costume daqueles lados, e o velho já não servia para nada senão consumir tempo à família e comer. Durante a noite, o homem lembrou-se de toda a sua infância, de toda a sua juventude, e de todo o cuidado dispensado por seu pai ao seu crescimento. Arrependeu-se de ter deixado o pai a morrer na montanha. Não estava certo. Logo de manhã, abalou montanha acima para ir buscar o pai. Fosse ou não costume, não se sentia bem com o que tinha feito. O velho tinha ficado no mesmo sítio, não tinha tocado na comida nem na bebida. Estava sentado, com a cabeça entre as mãos, via-se que tinha chorado. O homem não sabia se o seu pai tinha morrido de desgosto ou de frio, de fome ou de sede.
Segundo a lenda, isto passou-se "antes dos tempos", ou seja, provavelmente antes da História escrita na península, provavelmente no tempo dos primeiros bárbaros ou dos lusitanos. Em tempos primitivos, em tempos de barbárie. Num tempo de selvajaria. No nosso tempo, muito dificilmente isto poderia acontecer. Mas só porque o pão está caro e água é privada. Porque o governo, esse, nem voltaria atrás. Cambada de selvagens…!





























Na primeira noite, eles aproximam-se
e colhem uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite,
já não se escondem,
pisam a flores, matam o cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles,
entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.

 Maiaovski, poeta russo (1893-1930)

 AINDA  PRECISAMOS DESTAS PALAVRAS, HOJE, MAIS DO QUE NUNCA!!!    
CONTINUAMOS EM CONTRAMÃO...
                                                                
Charles Chaplin, no final de O Grande Ditador profere um discurso memorável em que encontramos as seguintes palavras:

"Vós, o povo, tendes o poder - o poder de criar máquinas; o poder de criar felicidade. Vós o povo tendes o poder de tornar esta vida livre e bela, de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto - em nome da democracia - usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo, um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice."

Este homem, que era um cómico, foi um "político" mais a sério do que Cavaco e duvido que se ofendesse se o chamassem de palhaço. Cavaco, que é político de profissão, não sabe ser nem político nem palhaço, no entanto, a seguir ao Salazar, é a 2º pessoa que mais tempo esteve no poder desde a 1º Republica. O chamado 2º Grande Ditador.
Quando os dias sangram
e a parede branca é conspurcada
com o carvão das brumas,
com o arquejar de quem, frágil, flutua
entre as vides do sol e o langor
das luas,
apago as luzes todas e o caminho
torna-se um traço escuro que ressoa.