quinta-feira, 21 de maio de 2015

Separar o lixo, das trevas...às vezes. (algumas das intenções de António Costa)


O segredo da Busca é que não se acha.
"Vou e venho,
Vou e venho,
E o vento sempre a rolar-me,
E agora quero agarrar-me,
Lanço a mão a procurar-me,
E é só vento que apanho..."
(Sebastião da Gama)



Algumas das  intenções de António Costa:


"- O prazo para as decisões do Tribunal Constitucional vão encurtar e bem. Escusa o povo de tinir durante seis meses para saber se o corte nas pensões sai ou não sai e depois lavar com retroativos em cheio nas fuças. Acho bem. Se os juízes lá estão, pagos a peso de ouro, é para trabalhar; se não trabalham ou só trabalham quando bem lhes apetece como se fossem intocáveis, há mais quem queira. Eu quero. Quero sobretudo contar com o meu partido e com o seu programa eleitoral e não com um punhado de velhos decadentes que se acham os donos do mundo. Já vai sendo tempo destes senhores serem postos no devido lugar.

- Mexer (outra vez / mais uma vez) nos concursos de professores. Ui. Até me arrepio. Dizem que vão dar 4 anos de permanência nas escolas para evitar o fandango do costume. Talvez deixem de ver o ensino como profissão-itinerante e deixem a malta dormir em casa pelo menos aos fins de semana. A estabilidade do corpo docente é uma utopia que muito faria por este país.Ficamos à espera. Mais um ano.

Acabar com a funesta prova de conhecimentos que chumba os professores quase todos por erros ortográficos. Vai apanhar uma catrefada de votos com esta medida. Oh Costa, a vida assim não te Costa. Resta saber a quem vais dar a pasta. Não te ponhas a escolher velhos do Restelo, ou é pior a emenda do que o soneto.

- Destruir definitivamente tudo o que é negócio de ATL que gravita em torno das escolas. Vai dar escola gratuita e a tempo completo até aos 14 anos. As crianças vão deitar escola pelos olhos. O absentismo vai aumentar mas os pais podem estar mais tempo nos empregos a viver uma vida (ainda mais) miserável em frente aos computadores. Boa medida. Quem é que fica na escola com os meninos de 14 anos até às 19h e com que atividades? Os professores não colocados? A ver vamos.

- Um banco ético para ajudar os pobres e os endividados. Mas já não temos isso? E não se chama Segurança Social. Sempre a inventar. A DECO é que vai ficar furiosa por perder assim de rajada tantos sócios/contribuintes."




E vejo eu que tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. 

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Acordar______34º ______E é isto.....



Que ao menos a Noite ninguém, rouxinol ta queira roubar. Rouxinol sem Noite não pode viver...



Acordei, com alergia a estes pós soltos que Maio traz com o esplendor das flores... 

Acordei com as habituais dores de músculos...

Acordei com  palavras  à solta da mediocridade.


(...)
Ó deus do sangue! deus de misericórdia!
Ó deus das virgens loucas
(...)

(ary dos santos)



segunda-feira, 4 de maio de 2015

Sebastião da Gama: uma história feita de livros e de poemas...

Muitas vezes me lembro de Sebastião da Gama!!!...
É verdade! Uma história feita de livros e de poemas. Feita de vida.


"arte de conhecer as palavras por dentro"



Pelo sonho é que vamos,

Comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo Sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria,
Ao que desconhecemos
E ao que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?

-Partimos. Vamos. Somos
 
Quando eu nasci,
ficou tudo como estava.
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.
Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.
As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...
Pra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...
Sebastião da Gama, in 'Antologia Poética'

Meu país desgraçado!…
E no entanto há Sol a cada canto
e não há Mar tão lindo noutro lado.
Nem há Céu mais alegre do que o nosso,
nem pássaros, nem águas…
Meu país desgraçado!…
Porque fatal engano?
Que malévolos crimes
teus direitos de berço violaram?
Meu Povo
de cabeça pendida, mãos caídas,
de olhos sem fé
— busca, dentro de ti, fora de ti, aonde
a causa da miséria se te esconde.
E em nome dos direitos
que te deram a terra, o Sol, o Mar,
fere-a sem dó
com o lume do teu antigo olhar.
Alevanta-te, Povo!
Ah!, visses tu, nos olhos das mulheres,
a calada censura
que te reclama filhos mais robustos!
Povo anémico e triste,
meu Pedro sem forças, sem haveres!
— olha a censura muda das mulheres!
Vai-te de novo ao Mar!
Reganha tuas barcas, tuas forças
e o direito de amar e fecundar
as que só por Amor te não desprezam!
Sebastião da Gama, in 'Cabo da Boa Esperança'
(Fortes  machadadas. Lacónica realidade)