sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Um governo fora da lei e reincidente, a resvalar para a marginalidade. Um bando...

Este governo é, de longe, o que mais vezes viu as suas normas chumbadas no Tribunal Constitucional.  A conclusão é só uma: Este governo não respeita a Constituição da República.
Trata-se de um governo fora da lei e reincidente, a resvalar para a marginalidade. Um bando. 
...prepara-se para reeditar a acusação de que o Tribunal Constitucional é uma "força de bloqueio" à sua "boa" governação, ao mesmo tempo que já está a afiar as facas para consumar a vingança, preparando-se para levar a cabo mais reduções nas reformas e pensões dos funcionários públicos, a pretexto da convergência dos sistemas da Caixa Geral de Aposentações e Caixa Nacional de Pensões. Em agenda tem também a receita de mais cortes salariais, onde a vítima é o salário mínimo nacional, afectando o meio milhão de trabalhadores que recebem os opíparos 485 euros mensais, particularmente, os jovens entre os 18 e os 24 anos, sendo esta uma das exigências com a chancela do Fundo Monetário Internacional. A troika irá exigir ainda a eliminação das cláusulas de proteção dos postos de trabalho nas empresas privadas e a revisão das condições de despedimento por justa causa, medidas que trás na calha para a oitava e nona avaliações ao programa de ajustamento. Como se pode ver, estas são mais umas quantas guinadas, destinadas a garantir a coelhal "viragem" no estado de crise, e caso apareça por aí o banqueiro Fernando Ulrich, com aquele discurso de anjinho exterminador, é quase certo que irá acrescentar mais qualquer coisa, como por exemplo: - Eu não disse que iam aguentar? E vão aguentar ainda mais, ai vão, vão!

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Assuntos sérios é o que não falta. Um autêntico massacre! Foram cardos, foram rosas...Agora é chegado o tempo dos campos de cardos.


O Governo, se facultou dados que espelhavam uma realidade incompleta e que percebia que, com isso, ia induzir o FMI em erro, dando-lhes a ideia de que ainda existe margem para mais cortes de ordenados, fez mal. Mas, se o fez (e é óbvio que o fez), não consigo ficar espantada. Acho que esta gente que nos governa é, no seu conjunto, um bando de feios, porcos e maus. Seja porque gostam de fazer sofrer a populaça, seja porque são desmazelados, seja porque a sua incompetência não dá para mais, o que se passa é que dali só espero mesmo que façam porcaria. Por isso já nem me apetece falar deles. É gente que lá não devia estar e ponto final. Por cada dia a mais que lá estão, de mais disparates se vai sabendo. Se o dono de um restaurante contratar um cão como empregado de mesa, alguém se pode espantar se o cão meter as patas dentro dos pratos? Estranho será o contrário. É como com estes: a gente espantar-se-á é no primeiro dia em que façam alguma obra asseada.

Aligeirar...
... eis que vejo agora que a RTP  repescou Manuela Moura Guedes a apresentar um concurso, o Quem quer ser milionário... 
 ...mas, ó vã glória de mandar, ó tristes rasteiras do destino, já não para nenhum cargo de chefia, já não sequer para jornalista mas, tão só, para entertainer.

Fico sem saber bem o que dizer. Não posso esconder que sinto uma certa pena. A vida dá voltas…

Percebo que ela se aborreça de estar em casa, diz que jardinava, que fazia ginástica, que tinha um personal trainer que a ajudava a manter a forma, coisas assim: de facto muito pouca adrenalina para quem se alimentava dela.


Às tantas perdeu-se mas foi uma artista da rádio, TV, disco e da cassete pirata.

Foram cardos, foram prosas.

Ou foram rosas e agora são cardos? É isso, não é...? Agora é chegado o tempo dos campos de cardos.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Perante tanta coisa irracional, sinto-me impotente. Falo, protesto, denuncio tanto quanto o meu ténue fio de voz pode ser ouvido...



Calo ganha-se nos pés, incómodo do muito que andamos. Criam-no nas mãos os que com elas trabalham. Calo doloroso ganha-se na alma, aquela parte de nós onde constantemente embate a malvadez alheia, a malquerença, a inveja, as mil gotas de veneno que tantos cordialmente dispensam, uns com o ar de displicente superioridade, outros mostrando a sanha de cão que guarda osso.
Dá-nos a Natureza possibilidades imensas, campo de sobra, um Sol que a todos aquece, mas nem isso aquieta os mesquinhos, roídos de ciúme pela serenidade alheia, o pão que o outro come e a alegria que mostra, o descanso que ganhou. Morder, odiar, achincalhar, torna-se-lhes segunda natureza, vivem nesse pântano como peixe na água, iludidos pelo poder que se inventam, as certezas que se dão, a triste crença de se verem de tribuna e que uma multidão os aplaude.


E nas mãos quentes dos americanos, doidinhos para carregar no gatilho (nos americanos e nos seus cãezinhos amestrados que vão para onde são mandados). A indústria de armamento tem muita força. Não sei se há ou não razões para carregarem sobre a Síria, não sei se não é mais uma daquelas tangas que inventam quando precisam de gastar stocks para reforçar a produção de armamento. Ou se não é também como a recente tanga de que tinham interceptado umas ameaças da treta através da espionagem electrónica para justificarem andarem a interceptar as comunicações e as redes sociais. Não sei se as forças governamentais sírias não andam de facto a usar armas químicas (aliás, acredito que andam), nem sei se entre os do governo e os rebeldes há escolha possível (visto de fora, parece-me que não), não sei nada - porque nisto nunca se sabe o que é verdade ou manipulação ou mentira descarada. O mundo foi tomado de assalto por gente perigosa. O mundo está todo ele um sítio perigoso. Supostamente há normativos que devem ser cumpridos em situações de intervenção internacional mas o que temos visto é que, quando se quer intervir, se necessário for aldraba-se, inventa-se e monta-se uma imensa teia de contra-informação em que ninguém sabe mais em que é que pode acreditar. Um nojo (que geralmente custa muitas vidas humanas).


terça-feira, 27 de agosto de 2013

"Brincar com o fogo é perigoso jogo"...

A cultura e a tradição oral portuguesa são ricas em provérbios à roda do tema fogo.

("Senhor ministro, trate do que o Ministério não faz, prepare apoios para os agricultores devastados.
O Estado não é sequer capaz de tratar, limpar e ordenar as matas que são do Estado e que andam ao Deus dará;
O Governo devia corar de vergonha ao falar em floresta.
O Estado é o empresário agrícola mais incompetente de todos.")

E qualquer deles é óptimo para terminar um post sobre populismo manhoso. "Brincar com o fogo é perigoso jogo", "Arde o fogo segundo a lenha do bosque", "Nunca acendas um fogo que não possas apagar", ou "Com o fogo não se brinca". Mas, e para a estirpe da personagem, umas adivinhas categoria pré-primária assentam que nem uma luva. "Branco é galinha o põe".

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

y queremos gritar y en la garganta se desvanece el grito...


Así como del fondo de la música 
brota una nota 
que mientras vibra crece y se adelgaza 
hasta que en otra música enmudece, 
brota del fondo del silencio 
otro silencio, aguda torre, espada, 
y sube y crece y nos suspende 
y mientras sube caen
recuerdos, esperanzas,
las pequeñas mentiras y las grandes,
y queremos gritar y en la garganta
se desvanece el grito:
desembocamos al silencio
en donde los silencios enmudecen.
(Octávio Paz)


domingo, 25 de agosto de 2013

António Borges não aguentou...



Fico sempre triste quando morre um homem da Goldman Sachs...  Sem justiça a morte não é a mesma coisa.    António Borges não aguentoudommage.
Roubar aos pobres para dar aos ricos, podia ser o epitáfio, gravado na pedra mármore por cima da bandeira das quinas.

antonio-borges-salarios

ideias que não cabem na cabeça...

Tinha uma imaginação tão poderosa que as ideias já não lhe cabiam na cabeça nem nos meios de registo disponíveis, pelo que tinha a casa a abarrotar delas. Saíam pelas bocas dos guarda-jóias, entupiam os ralos, formavam bolas debaixo das camas e dos tapetes. E continuavam a surgir-lhe aos borbotões, em cascata, em jorro, só ou em companhia, a toda a hora, mesmo enquanto dormia.
Ouviu dizer que as ideias (verdes, azuis ou maduras) tinham ganho cidadania no próspero mercado de acções. Mas vender as suas criações sabia-lhe a vender a alma. Decidiu-se, e se lhe repugnava vendê-las, ofereceu-as: aos amigos, a instituições, ao governo. Porém, depressa começou a sentir a falta do estímulo das suas velhas ideias para gerar novas e a ter menos visitas e telefonemas. Entrou em depressão e nem as notícias sobre o sucesso global da aplicação dos frutos da sua prodigiosa fantasia lhe despertavam o interesse pela criação de outras ideias. Morreu de tristeza e ao seu enterro apenas compareceu uma velha viciada em funerais que perguntou: «quem era?». O cangalheiro não fazia a menor ideia.


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Este também foi o menino de sua mãe...

Este fora também um menino de sua mãe. 
Como todos os meninos, trazia o sonho no coração e as asas de um passarinho nos olhos perdidos nos longes.

Também correu atrás das borboletas, também jogou ao berlinde e ao pião, também riu divertido com os festões baloiçando nas noites de São João, também chorou os grandes desgostos da vida quando a dentuça do rafeiro lhe furou a bola.

E também foi à escola, aprender as letras pequenas e grandes; e a juntá-las, primeiro duas a duas, p mais a é pá. E por aí adiante.

E também brigou no recreio, aprendendo a levar e a dar pancada, como nos filmes que os adultos achavam muito realistas.

Depois aprendeu a brincar com os números. Primeiro a contar, depois a somar, a subtrair, a multiplicar, a dividir. E a tabuada era uma festa. Era ensinada a cantar, tardes inteiras cantando: dois mais dois, quatro...

Depois vieram as lições da história. Ena, tantos reis ! E eles faziam tudo... Tudinho.
Como todo o menino de sua mãe que teve a sorte de resistir à mortalidade infantil,  deixa de ser menino porque cresceu. E aí as coisas vão-se complicando...
... a luta pela sobrevivência.


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Superficialidades....(quando o calor amolece o cérebro e os olhos param no trivial).

Para alguma coisa serve a modorra do Verão, quando o calor amolece o cérebro e os olhos param no trivial. 



Ó Judite!

Ó Lorenzo!

Ó televisão! 

Ó Dâmaso! 

Ó país bacoco!

Ando a contar mortos. Não todos, alguns, como se tivesse chegado a hora de pôr a escrita em dia, rever momentos, ocasiões, ódios, questiúnculas. A altura de interrogar. Mesmo sabendo que é impossível descobrir o que então quiseram de mim, ou porque se atravessaram no caminho, o motivo da inimizade, das rasteiras, das armadilhas, da cortesia fingida, do falso carinho.

Digo nomes, vejo rostos.

Conto-os porque contaram, fizeram parte de mim, mas foram o que preferi não ser, deram os passos que recusei, em vez das ruas arejadas escolheram os becos e as vielas, a máscara, o esconso.

Surpreendo-me a recordá-los sem pesar, e vou-os arrumando, não como os viventes de carne e osso que foram, mas personagens da surpreendente ficção em que a vida se torna, aquela que nenhum escritor consegue escrever.


Sinais...por todo o lado!


«El contrato para las obras fue adjudicado el pasado 18 de julio, día en que comenzó la Guerra Civil en 1936»

Ontem um homem das cidades
Veio explicar-me os valores da vida.
Disse-me que a minha sobrevivência era um privilégio
E o aconchego dos banqueiros uma justiça.
Falou-me de uma nova sociedade, feita de esperteza e água fresca.
Deixei-o falar.
Ele não sabe que ficou também do lado dos que perdem
E até o descobrir virão mais rosas
E a areia cobrirá todos os jardins.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Coragem suicida...de um burro obstinado e fanático !!!


Enquanto a esquerda se enrodilha na sempiterna questão de quem é mais de esquerda e esquerdismos afins, a direita no governo vai saqueando este canto desgovernado. E não se iludam, essas desalmas vis já só usam o conservadorismo para disfarçar e para a esquerda se entreter a temer pelo regresso à discussão das "questões fracturantes"...

Sente-se, finalmente, algo de novo no ar. O povo não aguenta mais isto. Nos cafés, na rua, nas casas cada vez mais se antevê o inevitável. O povo está descontente e isso lê-se nos olhos de homens e das mulheres. De todas as idades. Será o desemprego? O aumento dos impostos? A morte que espreita? A fome? A falta de medicamentos? Tudo junto?

Brincar à coragem  suicida....
Os kamikases são tipos corajosos, com a vantagem de não levarem ninguém atrelado à sua coragem suicida.
O trocadilho para não chamar a Passos Coelho um burro obstinado e fanático, é a forma trapalhona de Marcelo continuar a apoiar o governo, fazendo de conta que critica. Sabe muito, as presidênciais vêm longe, mas é uma corrida de fundo.


A colhida e a morte - Federico Garcia Lorca assassinado pelas tropas franquistas a 19 de Agosto de 1936.

A colhida e a morte - Federico Garcia Lorca (1898 -19 Agosto 1936)

Às cinco horas da tarde.
Eram as cinco em ponto da tarde.
Um menino trouxe o lençol branco
às cinco horas da tarde.
Uma ceira de cal já preparada
às cinco horas da tarde.
Tudo o mais era morte, apenas morte
às cinco horas da tarde.

O vento levou os algodões
às cinco horas da tarde.
E o óxido semeou cristal e níquel
às cinco horas da tarde.
Já lutam a pomba e o leopardo
às cinco horas da tarde.
E uma coxa com um chifre desolado
às cinco horas da tarde.
Começaram os acordes de bordão
às cinco horas da tarde.
Os sinos de arsénico e o fumo
às cinco horas da tarde.
Pelas esquinas grupos de silêncio
às cinco horas da tarde.
E o touro sozinho coração acima!
às cinco horas da tarde.
Quando o suor de neve foi chegando
às cinco horas da tarde,
quando a praça se cobriu de iodo
às cinco horas da tarde,
a morte pôs ovos na ferida
às cinco horas da tarde.
Às cinco horas da tarde.
Às cinco horas em ponto da tarde.

Um ataúde com rodas é a cama
às cinco horas da tarde.
Ossos e flautas soam em seus ouvidos
às cinco horas da tarde.
O touro já mugia por sua fronte
às cinco horas da tarde.
Irisava-se o quarto de agonia
às cinco horas da tarde.
A gangrena já vem lá ao longe
às cinco horas da tarde.
Trompa de lírio pelas verdes virilhas
às cinco horas da tarde.
As feridas queimavam como sóis
às cinco horas da tarde,
e a multidão quebrava as janelas
às cinco horas da tarde.
Ai que terríveis cinco da tarde!
Eram as cinco em todos os relógios!
Eram as cinco em sombra da tarde!

Federico Garcia Lorca (assassinado pelas tropas franquistas a 19.Agosto.1936)
Picasso, "Bullfight"


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A linguagem é uma fonte de mal-entendidos..("briefings")...vão de férias e não voltem!


Mais uma vez estamos no domínio do laissez faire, laissez passer que é como quem diz, deixa andar.Não há outra explicação para tamanha apatia. Este é o nosso fado: "ainda é cedo para fazermos alguma coisa; estamos à espera que seja demasiado tarde". A frase é de Mia Couto. Está fora do contexto original, mas é o retrato cuspido e escarrado deste povo à espera da morte. Nenhum dos dois faltará ao encontro. E, porque quem espera sempre alcança, há-de ser lindo, o enterro. Em vala comum; unidos, por uma maldita vez, num só propósito. Desviver. Com tanto amadorismo e incompetência, as crises vão ser permanentes (até à crise final, quiçá depois do orçamento aprovado, com a coboiada das autárquicas pelo meio). A rentrée promete, pois, vir quente, fogosa...
Diz a poiazinha que agora é que vai ser bom, que os sábios vêm aí para dizer como é que é.
Como é que os chamados "briefings" (conferências de imprensa), podem ser melhorados, ter mais "transparência" e serem menos "fonte de ruído" - como é intenção do Governo -, se ele próprio, sujeito a ser escrutinado, cada vez é mais frequentado por gente de grosso calibre que se quer passar por respeitável, cada vez mente mais descaradamente, cada vez comete mais ilegalidades, cada vez é mais contestado, cada vez se entende menos no seu seio, sendo cada vez mais um factor de instabilidade, e governando cada vez mais para os grandes interesses da “troika”, da alta finança e do capital, do seu círculo de amigos e afilhados, interesses que nada têm a ver com Portugal e com os portugueses?
Cá por mim, tenho a solução: vão de férias e não voltem!

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Somos um povo de pastores flautistas ...carpe diem!!!...



É mais ou menos assim o início de uma canção, julgo que do Fausto, que o aconselha a ter cuidado, não lhe descaia o pé de catraia em óleo sujo à beira-mar.
Mas Rosalino tem o pé de catraia sempre sujo de óleo e tem pressa, não vá o diabo tecê-las e os seus planos serem de novo suspensos, como já lhe aconteceu no tempo das decisões irrevogáveis de Portas, e o pezinho não lhe pára de saltar para a asneira.
Foi por isso que transformou a iniciativa dos trabalhadores da administração pública de se amigarem para rescindir, num convite irrecusável à moda dos padrinhos da máfia.
Povo de pastores flautistas acatem...
carpe diem!!!

???.....um povo de árcades. Na Arcádia, não há decisões a tomar nem utopias a realizar. Ali tudo flui espontaneamente, enquanto os pastores tocam flauta e dançam, na leve amenidade da vida, com as suas lindas pastorinhas. Somos um povo de árcades, exilado na tenebrosa vida social, nostálgicos do bom selvagem que havia - ou haveria de haver - em cada um.

Entender é sempre limitado.Procissões do meu País uni-vos!!!

O dia espreita-me, tem muita luz e dá os bons dias com ternura... O brilho dos olhos começa a acordar e a tarde prometeu trazer surpresas fantásticas...
Tenho andado a sonhar isto: deixar o povo ler os contratos, as leis, os regulamentos, e de um modo geral tudo o que o governo decidir e implicar custos para o país - antes de estes serem assinados. Publicar esses documentos na internet, e dar ao povo dez dias para se pronunciar, alertar para riscos, sugerir soluções. Depois, o governante que assinar o documento fica pessoalmente responsável pelo pagamento do prejuízo para o qual foi previamente alertado...
(Quem não tem internet, é informado pelos papagaios do costume)...

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Há ainda pássaros de luz nas árvores anoitecidas... (E a cultura a ficar cada dia mais pobre)

Enquanto houver um homem caído de bruços no passeio
e um sargento que lhe volta o corpo com a ponta do pé
para ver como é;
enquanto o sangue gorgolejar das artérias abertas
e correr pelos interstícios das pedras,
pressuroso e vivo como vermelhas minhocas despertas;
enquanto as crianças de olhos lívidos e redondos como luas,
órfãs de pais e de mães,
andarem acossadas pelas ruas
como matilhas de cães;
enquanto as aves tiverem de interromper o seu canto
com o coraçãozinho débil a saltar-lhes do peito fremente,
num silêncio de espanto
rasgado pelo grito da sereia estridente;
enquanto o grande pássaro de fogo e alumínio
cobrir o mundo com a sombra escaldante das suas asas
amassando na mesma lama de extermínio
os ossos dos homens e as traves das suas casas;
enquanto tudo isto acontecer, e o mais que se não diz por ser
verdade,
enquanto for preciso lutar até ao desespero da agonia,
o poeta escreverá com alcatrão nos muros da cidade:
ABAIXO O MISTÉRIO DA POESIA

António Gedeão, in "os poemas da minha vida", Urbano Tavares Rodrigues



"A bondade salva cada vez menos, e isso assusta". (Urbano Tavares Rodrigues)

Nenhum dos livros dele é  "livro da minha vida", por isso Urbano Tavares Rodrigues não devia estar nesta galeria mas, ao saber da sua morte, decidi que ia abrir uma exceção. Por ser  um homem nobre, por ser um espírito livre, pela sua história de vida e, acima de tudo, pela sua obra imensa que não conheço profundamente, mas de que li essencialmente contos e novelas e um único romance: "Os Insubmissos".
Urbano Tavares Rodrigues era comunista. Aquilo a que eu costumo chamar um comunista lúcido.  Esteve em Praga durante a Primavera, em Paris onde os seus camaradas comunistas lhe confirmaram a existência dos  Gulag na URSS, e na Alemanha Oriental, onde desprezou a Stassi. Viu com os seus olhos e ouvidos,  recusou  colocar palas ou ofender a sua consciência, relatou livremente aquilo que viu. 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O Titanic a afundar-se...para alguns estão reservados os melhores lugares no salva vidas.

Então, as subvenções vitalícias dos antigos políticos escapam aos novos cortes nas reformas e pensões porque não cabem, naturalmente, no Estatuto da Aposentação, regime jurídico próprio que regula a matéria das pensões dos funcionários públicos, sendo o Orçamento de Estado a sede própria para gerir este tipo de medidas. Pois claro, e eles até nem são masoquistas! Além disso, não é reforma nem pensão, é "apenas" uma subvenção, um subsídio, um abono, uma compensação, uma mordomia, etecetera e tal.
Juízes e diplomatas escapam ao corte de pensões. É justo, é muito justo.
Faz lembrar o Titanic a afundar-se. Para alguns estavam reservados os melhores lugares nos barcos salva-vidas. O outros que se lançassem ao mar e nadassem.
Mais palavras para quê?
«É totalmente ilegítimo cortar as pensões e reformas. Nunca é demais lembrar que o Estado não é dono da segurança social e portanto não pode apropriar-se destes recursos. O Estado é depositário das contribuições e está obrigado a pagar as pensões. Tudo o resto é roubo. Vou repetir, assumindo exactamente o valor desta palavra - tudo o resto é roubo. Portanto os portugueses devem reagir e resistir aquilo que é desnecessário do ponto de vista económico, imoral do ponto de vista social e, finalmente, totalmente ilegal».( Raquel Varela, Historiadora)
.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A propósito do "nobre" princípio de «dar às famílias a possibilidade de escolherem a escola em que querem colocar os seus filhos»...

O Governo prepara-se para alterar de forma substancial as regras de financiamento do ensino particular e cooperativo, criando novas formas de contratualização entre o Estado e as escolas privadas. Uma das novidades é a introdução do contrato simples de apoio às famílias, o que abre a porta à introdução do cheque-ensino na escolaridade obrigatória. A medida consta da proposta de alteração ao regime jurídico do ensino particular e cooperativo, que está na fase final de discussão com os parceiros.

A propósito do "nobre" princípio de «dar às famílias a possibilidade de escolherem a escola em que querem colocar os seus filhos», vamos dar às escolas a possibilidade de seleccionarem e admitirem os filhos que querem e de quem querem. As Belas Vistas cada vez mais Belas Vistas, mais degradadas e mais no fundo dos rankings, e os Nossas Senhoras dos Rosários cada vez mais Nossas Senhoras dos Rosários, cada vez mais elitistas, cada vez mais no topo das tabelas e cada vez mais com critérios de avaliação cada vez mais subjectivos. E quem "não dá para os estudos", como se dizia nos idos de Salazar, vai trabalhar. Cada um no lugar que lhe é devido, cada qual com o estatuto com que nasceu.
Sem surpresa pois está dentro da agenda explícita ou implícita do Ministro Nuno Crato, o fortalecimento do ensino privado acompanhado de uma óbvia degradação da escola pública, a implosão de que Crato falava, é conhecida a proposta do MEC de alteração das regras de financiamento do Ensino Particular e Cooperativo. Esta alteração assenta em moldes já considerados como "muito positivo" pela Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo, claro!!!...

Em nome da equidade, cortes nas reformas deixam políticos de fora.Volta Buíça estás perdoado!!!.


QUEM anda a dizer que eles são incompetentes e não sabem o que fazem, está redondamente enganado. Em plena "silly season", mesmo a coxear com um secretário de estado demissionário por indecente e má figura, e mais dois ministros carregados de mazelas, não estão com meias medidas e lançam mais uma nuvem tóxica sobre a população de pensionistas e reformados. Cortes nas pensões de reforma, invalidez e sobrevivência, atuais e futuras, pagas pela Caixa Geral de Aposentações, já a partir de 1 de Janeiro de 2014, sendo de 10% a média dos cortes sobre o valor ilíquido da pensão.
Volta Buíça estás perdoado!!!
Cortes nas reformas deixam políticos de fora.                                                               
E a propósito destas medidas, continua a fazer-me muita confusão porque é o Adolf Hitler recorreu aos campos de concentração com fornos crematórios, às câmaras e ao gás Zyklon-B, para eliminar os "indesejáveis" do III Reich. Se tivesse antecipado os modelos de estrangulamento económico-social adotados pelo XIX Governo da República Portuguesa, com calma, paciência, sem pressa, sem grandes investimentos e sem estardalhaço, teria chegado exactamente aos mesmos resultados.


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Um Governo ou apenas um Monstro. Cortar nas reformas e manter a de juízes e diplomatas jubilados?!? Tudo em nome da "equidade"?...

Uma mudança essencial na perceção das pessoas ocorre nos dias de hoje. Começam a compreender que o cartel do crime não está, mundo fora, no lado oposto ao da lei. O cartel do crime passou a fazer a lei e o crime tornou-se uma atividade legal e muito apetecível.
 A redução aproximada de 10% a partir de 2014 no valor das reformas do Estado vai atingir todas as 
pensões da Caixa Geral de Aposentações (CGA), incluindo reforma, invalidez e sobrevivência.
O infatigável Três-cabelos-em-pé, o inefável Rosalino, continua a fazer das dele: cortes de cabelo nas reformas (ou haircuts, para a coisa ficar a condizer com os anglicanismos da gíria financeira).
Cortar a Pensão de Reforma , invalidez e sobrevivência e manter a de pançudos juízes e diplomatas jubilados?!? …, tudo em nome da "equidade"? Não sei se "esta coisa" ainda será um Governo…, ou apenas um Monstro.
É Agosto, pode ser que isto (isto e tramarem outra vez os professores) passe despercebido.
A propósito desta enorme trapalhada dos "SWAPS", lembro-me do enunciado "cada tiro, cada melro" passe a linguagem bélica.

O Dr. Pais Jorge terá certamente à sua espera uma colocação simpática que atenue o incómodo causado por esta desagradável situação.
No fundo, as famílias organizadas, coesas, estáveis, funcionam assim, protegem-se mutuamente e são irrevogavelmente solidárias.


terça-feira, 6 de agosto de 2013

O sofrimento da mãe, pelo sofrimento do filho, que se esqueceu dos limites que não podia ultrapassar!!!

Talvez o "melhor povo do mundo", com o melhor coração do mundo e com a mais fraca memória do mundo, se esqueça do sofrimento sofrido em 2 anos de Governação do filho da sua mãe; se esqueça da miséria infligida pelo Governo do filho de sua mãe em 2 anos de governação; se condoa do coração da mãe do vice-primeiro-ministro e líder do segundo partido da oposição – o sofrimento das mães, nos povos que veneram a mãe de Jesus, tem sempre muito peso e até faz chorar pedras da calçada; se condoa do irrevogável-revogável vice-primeiro-ministro e líder do segundo partido da oposição, sujeito a "um dia poder dar-lhe um AVC e ir desta para melhor".
Ainda se lembram dos "limites" que Paulo Portas não podia ultrapassar???...
O Governo está a preparar  mais um roubo às pensões dos funcionários públicos ...
 Mau demais para ser verdade. Mas é.
A loucura do poder é por demais evidente.
Lamentavelmente, boa parte dos velhos, sofreu para chegar a velho e sofre a velhice.
Não é um fim bonito para nenhuma narrativa.

    
 "Foi de uma história generosa e por vezes sangrenta que se fizeram as revoluções, como a Francesa, que nos permitiram sonhar em liberdade, querer mais igualdade e fraternidade."

Lembrei-me da Maria da Fonte, a propósito...das swaps...a difícil relação com a verdade!!!

 Cantava a minha avó , à lareira, nos serões de Inverno , por entre histórias e adivinhas:

"A Maria da Fonte
Não é mulher como as mais
Usa facas e pistolas
Para matar os Cabrais".

Apanhei José Gil no telejornal do Mário Crespo. Discutia-se a verdade a propósito de produtos derivados, mais conhecidos por swaps. Mais concretamente, uma pessoa e a sua alegadamente difícil relação com a verdade. José Gil comentou tudo na base da "inscrição" e da "não inscrição". Por exemplo, a pessoa em causa não se terá "inscrito" no lastro da verdade filosófica segundo José Gil (e Mário Crespo, com base nuns documentos "a que a sic teve acesso"). E Vítor Gaspar terá falhado a "inscrição" como denotou a sua pesada demissão. Não sei, mas cheira-me que esta sucessão de  "inscrições" e de "não inscrições" não vai acabar bem.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Sabias que a verdade é um aviso? ...

Leio por aí umas doutas cousas e ocorre-me: a ficção é a putativa bengala dos sempre-em-pé...
Não gasto o meu precioso tempo a dissecar as mentiras que se escondem em cada lomba, nem dou crédito às informações podres de qualquer maduro.

Talvez pelas reminiscências tétricas, nunca me agradou a ideia de um buraco para desaparecer. Nas situações de embaraço, sempre preferi uma nuvem. Por isso, não saio à rua sem ela, metida na carteira. Posso esquecer-me das chaves de casa,  do guarda-chuva, mas nunca da minha nuvem. Garante-me a cobertura do vago e do que flui, alegra as crianças, as únicas que intuem a sua discreta presença, molha as respostas secas, hidrata-me a pele. Na minha insónia de ontem, ouvi o que dizia em sonhos:
"Sabias que a verdade é um aviso?"....
Contra o primeiro, cumprirei o meu papel, consciente da sua insignificante eficácia. Mas como evitar que ela se encontre com outra? Receio que, juntas, façam coisas que só às nuvens ocorre fazer. É que se já houve quem recolhesse muitas nuvens do corpo das pessoas, é porque elas andam aí.





Os média sossegam as nossas almas informando-nos que os governantes estão em férias devidamente guardados por “batalhões” de segurança. É um descanso para eles e para nós sabermos que nada lhes acontecerá.

sábado, 3 de agosto de 2013

Não gosto das câmaras de eco que multiplicam o disparate até à exaustão...


Tenho a sorte de me ter cruzado, ao longo da vida, com umas quantas  pessoas inspiradoras. e eu sou daquelas pessoas que quando conhece alguém assim fica fascinada. 
Como é que alguém, aparentemente tão simples, tão igual a tantos de nós, consegue ter um brilho especial, cativar pelos detalhes da sua maneira de ser e de ver a vida. Gosto de pessoas que me fazem parar para as admirar e renovar a confiança imensa que tenho no potencial de cada um de nós.
Nem todas as pessoas sabem como potenciar o melhor de si para dar aos outros.

Não gosto da silly season da maioria do portugueses que vai ser de muita dor e sofrimento. Gente que perderá o lugar onde trabalhou uma vida inteira, gente que verá a sua empresa ir à falência, gente que descobrirá, sob o terrível sol de Agosto, que nunca mais terá trabalho, gente que verá chegar o fim do subsídio de desemprego, gente que um dia viveu com dignidade e que amanhã terá de viver de caridade. O terrorismo social que domina o governo não parará para férias. Trabalhará incansavelmente no seu programa predileto, perseguir os mais pobres e destruir as classes médias. A dos portugueses será apenas mais uma estação no longo calvário a que o atual governo, preso aos seus fanatismos , tem sujeitado o país.


(Premonição da Guerra Civil - Salvador Dali) Medo. Medo de tanta coisa...

O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis
Vai ter olhos onde ninguém o veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no tecto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos

O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
óptimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projectos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com a certeza a deles

Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados

Ah o medo vai ter tudo
tudo
(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)

O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos
(Alexandre O'Neill)
Salvador Dali

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Já não há ponta de vergonha...estamos a ser governados por uma quadrilha de bandidos. Ponto final!

A roda livre de impunidade....
Um governo que apenas existe por obstipação mental de Cavaco Silva, jura que a crise passou, mas avolumam-se as suspeitas de que Maria Luís Albuquerque mentiu. Como se isso não bastasse, fica a saber-se que o secretário de estado do tesouro, escolhido por MLA, tentou impingir swaps tóxicos a Sócrates.
Que faz Cavaco? Abocanha os microfones e declara à comunicação social que Passos Coelho lhe garantiu que MLA é mais pura do que Nossa Senhora de Fátima, por isso, o melhor é aguardarmos para ver.
Mais :
Uns bandidos, para o caso barões do PSD, formaram uma associação criminosa a que deram o nome de Banco Português de Negócios, mas o culpado foi Vítor Constâncio, o polícia, que não policiou.
Já nos tínhamos esquecido da narrativa e, eis senão quando, a longa-metragem está de volta aos ecrãs, agora com Teixeira dos Santos e José Sócrates no papel, atribuído, de novos Vítores Constâncios....

Chegamos a uma altura em que qualquer tipo de argumentação polida e civilizada deixa de fazer sentido e
Face à gravidade deste casoacho que só resta aos partidos do arco dos pedidos de demissão pedir a demissão de Aníbal Cavaco Silva.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Pertencer a uma odiada seita que professa no serviço púbico....


 Depois de mandar os portugueses emigrarem, agora, usando a sua habitual conversa de carroceiro engravatado, começou a mandá-los para outro lado, quando podia ser ele a ir, o mais ligeiro possível, para aquele sítio que todos nós sabemos.

Pertencer a uma odiada seita
que professa no serviço púbico.
Resta brincar um pouco o resto das nossas vidas
e fingir que não nos damos conta
do desprezo daninho a crescer à nossa volta.
A conclusão final
é que todos somos inteiramente dispensáveis.
Nem nocivos nem tenazes:
apenas dispensáveis,
como o plástico que se rasga
dos embrulhos.

 Porque a filha-da-putice toma conta do Governo da Nação....

"A necessidade leva as pessoas ao engano e a fome os lobos a sair do arvoredo".

Cambada de descrentes, que não acreditam no novo ciclo prometido por Portas/ Passos . Um ciclo de crescimento. Sim Portugal vai crescer, por que vão despedir funcionários públicos , Portugal vai crescer porque vão cortar mais salários e pensões, Portugal crescer porque muitos têm salários em atraso. Sim Portugal vai crescer, porque vão baixar o IRC ( para as grandes empresas) e não vai baixar o IRS para os trabalhadores. Cambada de descrentes, não acreditais no novo ciclo porque sois uns ateus!


"Há os maciços da cor do sangue em Espanha
Há os maciços da cor do céu na Grécia
O pão o sangue o céu e o direito à esperança
P'ra todos os sem mal que o mal odeiam".

(Paul Éluard, in "poemas políticos").