quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Este também foi o menino de sua mãe...

Este fora também um menino de sua mãe. 
Como todos os meninos, trazia o sonho no coração e as asas de um passarinho nos olhos perdidos nos longes.

Também correu atrás das borboletas, também jogou ao berlinde e ao pião, também riu divertido com os festões baloiçando nas noites de São João, também chorou os grandes desgostos da vida quando a dentuça do rafeiro lhe furou a bola.

E também foi à escola, aprender as letras pequenas e grandes; e a juntá-las, primeiro duas a duas, p mais a é pá. E por aí adiante.

E também brigou no recreio, aprendendo a levar e a dar pancada, como nos filmes que os adultos achavam muito realistas.

Depois aprendeu a brincar com os números. Primeiro a contar, depois a somar, a subtrair, a multiplicar, a dividir. E a tabuada era uma festa. Era ensinada a cantar, tardes inteiras cantando: dois mais dois, quatro...

Depois vieram as lições da história. Ena, tantos reis ! E eles faziam tudo... Tudinho.
Como todo o menino de sua mãe que teve a sorte de resistir à mortalidade infantil,  deixa de ser menino porque cresceu. E aí as coisas vão-se complicando...
... a luta pela sobrevivência.