quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Perante tanta coisa irracional, sinto-me impotente. Falo, protesto, denuncio tanto quanto o meu ténue fio de voz pode ser ouvido...



Calo ganha-se nos pés, incómodo do muito que andamos. Criam-no nas mãos os que com elas trabalham. Calo doloroso ganha-se na alma, aquela parte de nós onde constantemente embate a malvadez alheia, a malquerença, a inveja, as mil gotas de veneno que tantos cordialmente dispensam, uns com o ar de displicente superioridade, outros mostrando a sanha de cão que guarda osso.
Dá-nos a Natureza possibilidades imensas, campo de sobra, um Sol que a todos aquece, mas nem isso aquieta os mesquinhos, roídos de ciúme pela serenidade alheia, o pão que o outro come e a alegria que mostra, o descanso que ganhou. Morder, odiar, achincalhar, torna-se-lhes segunda natureza, vivem nesse pântano como peixe na água, iludidos pelo poder que se inventam, as certezas que se dão, a triste crença de se verem de tribuna e que uma multidão os aplaude.


E nas mãos quentes dos americanos, doidinhos para carregar no gatilho (nos americanos e nos seus cãezinhos amestrados que vão para onde são mandados). A indústria de armamento tem muita força. Não sei se há ou não razões para carregarem sobre a Síria, não sei se não é mais uma daquelas tangas que inventam quando precisam de gastar stocks para reforçar a produção de armamento. Ou se não é também como a recente tanga de que tinham interceptado umas ameaças da treta através da espionagem electrónica para justificarem andarem a interceptar as comunicações e as redes sociais. Não sei se as forças governamentais sírias não andam de facto a usar armas químicas (aliás, acredito que andam), nem sei se entre os do governo e os rebeldes há escolha possível (visto de fora, parece-me que não), não sei nada - porque nisto nunca se sabe o que é verdade ou manipulação ou mentira descarada. O mundo foi tomado de assalto por gente perigosa. O mundo está todo ele um sítio perigoso. Supostamente há normativos que devem ser cumpridos em situações de intervenção internacional mas o que temos visto é que, quando se quer intervir, se necessário for aldraba-se, inventa-se e monta-se uma imensa teia de contra-informação em que ninguém sabe mais em que é que pode acreditar. Um nojo (que geralmente custa muitas vidas humanas).