segunda-feira, 12 de agosto de 2013

"A bondade salva cada vez menos, e isso assusta". (Urbano Tavares Rodrigues)

Nenhum dos livros dele é  "livro da minha vida", por isso Urbano Tavares Rodrigues não devia estar nesta galeria mas, ao saber da sua morte, decidi que ia abrir uma exceção. Por ser  um homem nobre, por ser um espírito livre, pela sua história de vida e, acima de tudo, pela sua obra imensa que não conheço profundamente, mas de que li essencialmente contos e novelas e um único romance: "Os Insubmissos".
Urbano Tavares Rodrigues era comunista. Aquilo a que eu costumo chamar um comunista lúcido.  Esteve em Praga durante a Primavera, em Paris onde os seus camaradas comunistas lhe confirmaram a existência dos  Gulag na URSS, e na Alemanha Oriental, onde desprezou a Stassi. Viu com os seus olhos e ouvidos,  recusou  colocar palas ou ofender a sua consciência, relatou livremente aquilo que viu.