terça-feira, 20 de agosto de 2013

Superficialidades....(quando o calor amolece o cérebro e os olhos param no trivial).

Para alguma coisa serve a modorra do Verão, quando o calor amolece o cérebro e os olhos param no trivial. 



Ó Judite!

Ó Lorenzo!

Ó televisão! 

Ó Dâmaso! 

Ó país bacoco!

Ando a contar mortos. Não todos, alguns, como se tivesse chegado a hora de pôr a escrita em dia, rever momentos, ocasiões, ódios, questiúnculas. A altura de interrogar. Mesmo sabendo que é impossível descobrir o que então quiseram de mim, ou porque se atravessaram no caminho, o motivo da inimizade, das rasteiras, das armadilhas, da cortesia fingida, do falso carinho.

Digo nomes, vejo rostos.

Conto-os porque contaram, fizeram parte de mim, mas foram o que preferi não ser, deram os passos que recusei, em vez das ruas arejadas escolheram os becos e as vielas, a máscara, o esconso.

Surpreendo-me a recordá-los sem pesar, e vou-os arrumando, não como os viventes de carne e osso que foram, mas personagens da surpreendente ficção em que a vida se torna, aquela que nenhum escritor consegue escrever.