terça-feira, 23 de julho de 2013

Coisas da "imagem"...O poder só sobe à cabeça, quando encontra o local vazio!...


O poder só sobe à cabeça, quando encontra o local vazio!...
Estamos no século da imagem e uma imagem vale por mil palavras, mas as imagens também iludem, na medida em que, como escreveu Magritte ante a imagem de um cachimbo que ele mesmo pintou: “Ceci n'est pas une pipe”. Pois não, a imagem de um cachimbo não é um cachimbo, ou por outras palavras, as imagens podem ser uma representação da realidade, mas não são a própria realidade)... A preocupação deveria incidir no “ser” e não no “parecer”, na realidade e não nas aparências.
Claro que quem a tem e preza, cuida da imagem, não mistura alhos com bugalhos, maçãs com pêras, Byron e brincadeiras.
Mas a posse e mantença da imagem, é coisa para poucos. Trabalhosa, pede cuidado permanente, referências a poetas antigos, seriedade no rosto, mostragem de saber, fundura do pensamento, o modo vago e o olhar distraído de quem, estando ainda neste mundo, se sabe acima dele.
Mal vai ao que, desdenhando do esforço e desinteressado da aparência, se esquece de arranjar pose: olham-no de viés e caem-lhe em cima, pois se não mostra é porque não tem.
«O rasto é tudo, o resto é nada.»