quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Roubem-me as réstias do tempo, mas deixem-me a lucidez!!!



O vento acalmou. A chuva cai de mansinho lá fora. Corro a cortina para deixar entrar a luz e oiço tranquilamente o meu "eu"...



...Um acaso, encontrando sem se dar conta que procurava, o estranho a revelar-lhe a pobreza em que vivia, a esmola que se habituara a receber...

Sentia-se espoliada de sonhos, esperanças, de vivências e aventuras, a imagem que lhe vinha era a de uma névoa em que lentamente sufocava.

Entretanto, descobriu um luxo muito mais importante: a lucidez.

Levem-me o pouco dinheiro, roubem-me as réstias do tempo, mas deixem-me a lucidez . Não há nada mais incómodo do que observar a sua inexistência, aqui e ali, em apontamentos extraordinariamente frágeis, alucinados, pequenos de meter dó.