quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Os mais belos poemas da natureza. ( as árvores como metáfora)...

Contei os meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando os seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Quero a essência, a minha alma tem pressa...E para mim, basta o essencial!...


Quero falar das árvores do silêncio solene da montanha, na chuva de luz que cai pelos rendilhados das copas, nos perfumes das resinosas, na surpresa constante dos tons outonais.
Vejo nelas um dos mais belos poemas da natureza e os aspectos que assumem durante o ano parecem ter sido decididos para não nunca nos cansarmos delas. Impressiona-me a utilidade que têm, mesmo depois de mortas; espanta-me a beleza de todas e de cada uma, juntas e isoladamente. 
A árvore como metáfora seduz-me igualmente, pela dignidade das possibilidades que lhe garantem as raízes, os ramos, as flores, os frutos, as copas frondosas, a mutação das folhas, o facto de morrerem de pé e quando cortadas manterem uma dignidade única em cadáveres.