terça-feira, 19 de novembro de 2013

É chegado o tempo de esmagar os agentes do poder como se fossem escaravelhos do cocó e de implantar o Quinto Império.

Uma cova funda e mal cheia de gente nascida perfeitinha, que se vê cega e manca. Lamentam-se uns aos outros, gemendo como ciganos pedintes, "uma esmolinha", invetivando quem os mantém na miséria. Assim passam os anos, entre o ai e o palavrão. Não pensam sair da cova. Nem se encavalitam. É proibido espreitar os perigos que devem existir do lado de fora. Eis Portugal.
 É chegado o tempo de esmagar os agentes do poder como se fossem escaravelhos do cocó e de implantar o Quinto Império. 
É certo que sonhamos esse sonho, um dia qualquer, ou talvez dois ou três, mas já sabemos que não é possível mudar o mundo. Não dá. A natureza humana é demasiado imperfeita; é instável e incorrigível. As pessoas não sabem o que querem e esquecem-se rapidamente dos compromissos que estabelecem consigo e com os outros. Não temos resistência para lutar contra marés tão fortes. Não vale a pena o esforço, por ser inglório. Tanto faz agir, como não: nada se altera. Não temos esse poder. Nem os mártires, coitados, que acabam sempre mal, e por isso é que são mártires. Já levamos tanta porrada que nos passaram as ilusões, mas todos os dias nos levantamos preparados para salvar o mundo, a partir do nada, como se não existisse passado, porque nesse gesto impensado repousa o nosso instinto e salvação.