segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A EDP alcançou nos primeiros nove meses deste ano um resultado líquido de 792 milhões de euros. Qual o rombo que causa nas suas contas, cortando a luz nos bairros sociais, gente que vive no limiar da sobrevivência???...


Gente que não tem como pagar a electricidade, nos bairros sociais do Porto (e noutros bairros), desvia a electricidade para as suas pobres habitações. Não sei qual o rombo que isso causa nas contas da EDP mas admito que seja uma gota de água.
Mas para os chineses que pagam o ordenado a António Mexia todas as gotas contam e, sem aviso, cortaram a electricidade a numerosas famílias nos bairros sociais do Porto. Lagarteiro, Contumil. A zona da Campanhã sob ataque cerrado. Outros se vão seguir. E não apenas no Porto.
Rui Moreira queixa-se que a Câmara não foi avisada. Para quê? Os chineses que pagam o ordenado a Mexia e a Catroga não são especialmente conhecidos por respeitarem os direitos humanos - quanto mais etiquetas.
A EDP não é uma instituição de caridade e admito que não possa, de olhos fechados, permitir situações abusivas. Mas há o lado humano das empresas. Pode, em conjunto com as instituições públicas que têm por obrigação representar e defender as pessoas, estudar-se uma forma digna de resolver os problemas sem atentar contra o direito à sobrevivência e ao respeito que toda a gente deve merecer, ricos ou pobres.
A EDP alcançou nos primeiros nove meses deste ano um resultado líquido de 792 milhões de euros.
Em Portugal há cada vez mais pessoas que vivem sem rendimentos.
(Não sei como vivem.)
Ou que vivem no limiar da sobrevivência, com o subsídio de inserção ou com outros trocos. Não sei como se alimentam, como se vestem, como conseguem mandar os filhos à escola ou tratar dos velhos. Se calhar pagam quase nada de renda ou também não pagam. Não sei..
Não têm dinheiro para pagar a luz. Fazem puxadas ilegais ou não pagam. Não têm como.
Nisto há sempre exceções e não vale a pena vir alguém dizer que há quem não pague, podendo fazê-lo. São exceções e as medidas não se fazem para as exceções.