quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Em 9 de janeiro de 1908 Simone de Beauvoir nasceu em Paris.


Uma intelectual no tempo...
Simone cumpriu o seu papel como mulher, pensadora, ficcionista, ensaísta, memorialista.
 Mostrou-nos que para pensar e viver é necessário mergulhar na diferença, sair dos padrões, assumir que o indivíduo é único apesar de todas as pressões externas que podem impeli-lo à alienação, à servidão, ao conformismo, à reprodução de normas e regras sociais.
Liberdade é um conceito fundamental no pensamento de Simone: para ela, liberdade é a incerteza, o risco, a ambiguidade.
Simone incomoda porque não fez o que nós gostamos de pensar hoje que ela deveria ter feito: não foi boazinha, não evitou escrever sobre temas "feios" como aborto, masturbação, dominação, submissão, e pior, em nenhum momento de sua vida se desfez em desculpas por essas impropriedades.
Os ideais que inspiraram o amor entre Simone de Beauvoir (1908-1986) e Jean-Paul Sartre (1905-1980) não poderiam ser mais românticos. 
Se amor pleno e liberdade absoluta são duas grandes utopias, o projeto do casal de unir esses dois ideais numa relação afetiva foi um desafio a todos os valores de sua época. Eles venceram o desafio. 
Simone de Beauvoir não era uma mulher. Era várias. Um exemplo: ao mesmo tempo em que era conhecida como uma filosofa de comportamento escandaloso para sua época, de vida desregrada e boémia, era controlada e organizada em tudo o que fazia.
 "Não se nasce mulher, torna-se mulher."