segunda-feira, 3 de junho de 2013

Os olhos mentem dia e noite a dor da gente.

Revogo teorias absolutas que vigoraram na premência do tempo único que pode existir, o presente, nunca mais que o presente, felizmente nada menos do que este. Descubro no agora que o silêncio não é fácil para sempre, é fácil quando o que guardamos se consegue arrumar ou quando o que queremos é pequeno o suficiente para nos conseguirmos calar. Passa a ser difícil quando os tamanhos se invertem e no corpo explodem vontades que bramam, não há shiuuu que as resolva, de dedo em riste, pertinho do nariz e da boca que se quer abrir para falar, biri biri, faz coceguinhas. Houve um tempo em que o orgulho era inteiro ao ponto de admitir a certeza do incerto evolutivo, nada mais do que ignorância declarada, meu Deus. Passou-me entre outras, que a escolinha encarrega-se dos bofetões suficientes para que a cara, cansada, se cale ao que não é preciso. E para que a boca, sábia, se abra ao que se deve dizer. Vergonhas já quase me morreram, e as que ficaram têm o propósito devido. As outras, falsas guardiãs das fraquezas e dos medos, é que foi vê-las fugir. Ala... que já se fazia tarde.

( O discurso relido soa-me a Margarida Rebelo Pinto. Fico ligeiramente aturdida mas ... deixo-o ficar).



 Frases certinhas por vezes traduzem o desassossego interno e arrumam-no em palavras da boca para fora que parecem rosinhas cor de rosa num jardim. Cheira-se e sabe tão bem.