"Cada homem deve inventar o seu caminho."
(Jean-Paul Sartre)
(Jean-Paul Sartre)
Detesto pessoas que não procuram palavras e atiram com as primeiras que vêm à boca, que podem soar bem ou menos bem, podem vir a direito ou podem vir de soslaio, podem atingir-me em cheio ou procurar o caminho para que me cheguem sensatas, se tiverem vontade própria. Não têm, disparate, nunca têm, as palavras não vivem por si, soltas no mundo a procurar combinação e cuidado, as palavras são uma arma certeira que utilizamos em comunicação, que transportam cargas efetivas de sentires manifestos, que nos vivem do corpo para dentro e dele para fora, mas nunca sem imposição. Há as que muito nos dão e as que pouco nos trazem, as que amamos e as que odiamos, as que tememos e as que ansiamos, muitas delas atribuídas a circunstâncias específicas, e por isso merecedoras de um lugar de destaque.
Há dias prósperos a pensamentos, que o vazio das palavras é uma realidade tão palpável como o sumo das mesmas, que a utilização que lhe é dada é de uma importância fulcral, e ainda que o vento que as leva nos ditos populares pode ser o vento quente do estio, persistente, incómodo, sobranceiro. Eventualmente, e por vezes, vento nenhum.
Mas vale-nos ainda haver quem as use de forma amena.